Durante a Operação Lyncon Brown, deflagrada na manhã desta sexta-feira, pela Polícia Civil de Pirapozinho, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital paulista e nas cidades de Mogi das Cruzes e Suzano. Na ação, que buscou desarticular uma quadrilha que tem aplicado o golpe conhecido como “falso namorado” em diversos municípios do território paulista, quatro indivíduos, três homens e uma mulher, foram interrogados.
De acordo com o delegado, Rafael Guerreiro Galvão, o quarteto é suspeito de ser responsável pela movimentação e arquitetura financeira da associação criminosa, e foi identificado após fazer uma vítima em Pirapozinho, que chegou a ter prejuízo de R$ 25,2 mil.
“O golpe consiste na captação de vítimas, normalmente mulheres, fingindo-se haver um namorado, normalmente no exterior, que envia presentes para essas vítimas do Brasil. Essa série de presentes nunca chega ao destino e acaba tendo que ser recolhida uma série de taxas e pagamentos que consistem exatamente no próprio golpe, até a pessoa perceber que foi totalmente ludibriada”, explica a autoridade policial.
As investigações tiveram início após o registro da ocorrência em Pirapozinho, em que uma vítima relatou ter sido enganada por um indivíduo que se apresentava nas redes sociais como “Lyncon Brown”, suposto estrangeiro, residente em Damasco, na Síria. “O golpista construiu um relacionamento virtual com a vítima e a induziu a realizar transferências bancárias sob o pretexto de liberar bens e encomendas enviadas ao Brasil”, destaca a Polícia Civil.
Com a identificação dos quatro suspeitos, as quebras de sigilos bancário e telefônico demonstraram a movimentação e distribuição dos valores oriundos do golpe entre contas vinculadas aos investigados, configurando indícios de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação, que além de dar cumprimento às ordens judiciais, visou a apreensão de documentos e coleta de novas provas, contou com a participação de mais de 20 policiais civis, entre delegados, investigadores, agentes policiais e escrivães. O nome “Lyncon Brown”, conforme o órgão, faz referência ao pseudônimo utilizado pelo autor do golpe para se aproximar da vítima, “simbolizando a atuação policial no combate a fraudes sentimentais e crimes cibernéticos baseados em manipulação emocional e engano financeiro”.
