A Polícia Civil de Presidente Prudente prossegue com as investigações em torno de um caso de um morador do Jardim Humberto Salvador, 36 anos, que foi morto a tiros na madrugada desta quinta-feira, durante um confronto com uma equipe da Companhia de Força Tática da Polícia Militar.
De acordo com o Boletim de Ocorrência sobre o caso, a guarnição recebeu uma denúncia anônima de que o indivíduo, que estaria em um bar situado na Avenida João Domingos, estaria armado. Os PMs então adotaram uma “aproximação estratégica”: enquanto o motorista da viatura contornou o quarteirão, outros dois oficiais se deslocaram a pé, por uma viela. Ao perceber a aproximação dos policiais, o homem entrou em um vão na frente de uma residência.
“Nesse momento, o envolvido virou-se de frente para os policiais e tentou sacar um revólver que estava na cintura, do lado direito, sob a camiseta. Foi dada ordem verbal para que largasse a arma, mas ele insistiu em pegá-la”, expõe o registro do caso. “Diante da iminente ameaça à integridade física da equipe, cada policial efetuou dois disparos. O indivíduo caiu ao solo, sendo imediatamente acionado o resgate. Foi retirado da sua cintura um revólver calibre 38”, prossegue o relato.
Equipes do Corpo de Bombeiros compareceram ao local do confronto e o falecimento do suspeito foi confirmado por uma médica. O ponto foi então preservado para análise do IC (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal). Foi requisitada ainda a realização de exame residuográfico nos três policiais militares envolvidos no caso, os quais tiveram suas armas recolhidas para perícia, além de exame necroscópico para o falecido. O revólver do suspeito também foi apreendido.
Resistência armada letal
“A injusta agressão com arma de fogo, a atualidade da ameaça e o uso moderado dos meios necessários estão comprovados pelos depoimentos colhidos, pela perícia balística e pelas circunstâncias do fato. Ademais, a ação dos agentes públicos ocorreu em estrito cumprimento do dever legal, enquanto executavam diligência para averiguação de crime, sendo surpreendidos com resistência armada letal. Diante disso, não há elementos, por ora, que justifiquem o indiciamento dos policiais militares envolvidos”, considerou o delegado que atendeu a ocorrência, que revelou ainda que o morador do Humberto Salvador tinha “vasto histórico criminal”, com diversas condenações por furto.
“Por fim, impõe-se o prosseguimento das investigações para completa elucidação dos fatos, com a realização das perícias necessárias nas armas apreendidas, a oitiva de eventuais testemunhas e demais diligências pertinentes ao caso”, encerra o BO, que foi registrado na Delegacia Seccional como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, e tentativa de homicídio contra agente da força de segurança pública, no exercício da função.