A Polícia Civil de Presidente Prudente solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante em preventiva de uma mulher, 40 anos, que foi encarcerada na madrugada deste domingo, pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa.
Ela foi apresentada na Delegacia Seccional depois de ter sido flagrada pela Polícia Militar, no Terminal Rodoviário Comendador José Lemes Soares, em um ônibus procedente de Assis, com porções de maconha, cocaína e skunk, além de inúmeras cartas manuscritas, com características análogas às comunicações oriundas do sistema prisional, as quais continham anotações de contabilidade do tráfico de entorpecentes, nomes de detentos e pedidos de drogas.
Ao ser interrogada, a suspeita confessou a propriedade dos entorpecentes, mas alegou que se destinavam exclusivamente ao seu consumo pessoal. Afirmou ser usuária de cocaína e maconha e que adquiriu as três variedades de drogas na cidade de Assis, por R$ 1 mil, de um indivíduo que não soube informar as qualificações.
“No que tange à grande quantidade de cartas, a indiciada negou veementemente qualquer vínculo com o tráfico de drogas ou com organização criminosa, afirmando que não existe contabilidade de tráfico em tais manuscritos”, informa o Boletim de Ocorrência sobre as atitudes da mulher, que alegou que prestava “favores” a outros detentos que cumprem pena junto ao seu companheiro, na Penitenciária de Bernardino de Campos.
“Tais favores consistiriam em intermediar a comunicação entre os presos e seus familiares, transmitindo recados ou pedidos de itens de higiene e uso pessoal, como sabonetes e chinelos. Declarou que não recebe qualquer remuneração por tal atividade, fazendo-o por ajuda, uma vez que muitos dos detentos seriam ‘abandonados’ por suas famílias devido à distância da unidade prisional”, expôs o registro.
Mesmo tendo argumentado que recebe as cartas dos presos e repassa as informações aos familiares por aplicativo de mensagens, motivo pelo qual os PMs teriam encontrado transações via Pix em seu celular, as quais, segundo ela, foram erroneamente interpretadas como contabilidade do tráfico, a Polícia Civil decidiu por representar por sua prisão preventiva.
“A conduta em concreto da implicada reflete a prática de delito considerado grave, eis que fomenta o germe do vício, contribui para o aumento da violência e da criminalidade como um todo, acarreta a degeneração moral da pessoa, assim como o aviltamento da família e da sociedade”, considerou a autoridade policial que atendeu o caso.
“Não é de se descartar, ainda, a audácia e o destemor da celerada em eventualmente ser surpreendida pelas forças policiais, tamanha é sua crença na impunidade, circunstância de demanda pronta e imediata resposta das autoridades investidas na persecução criminal. A manutenção em liberdade da increpada representa grave violação à ordem pública”, finaliza o documento,