Polícia esclarece falso sequestro de bebê

Criança foi devolvida e será encaminhada ao Conselho Tutelar de Campinas, que possivelmente a deixará com um familiar

PRUDENTE - VICTOR RODRIGUES

Data 15/11/2016
Horário 08:56
 

A Polícia Civil esclareceu o caso do falso sequestro de um bebê de 28 dias, que nasceu em Campinas (SP), e estaria em posse de uma mulher em Presidente Prudente, residente no Parque Shiraiwa. A criança foi devolvida à mãe e será encaminhada ao Conselho Tutelar daquele município, que possivelmente a deixará com algum familiar. Já o sequestro aparentemente nunca existiu, e o filho foi entregue para a moradora de Prudente com consentimento da mãe, conforme a polícia. Há a suspeita de que a prudentina teria pago R$ 200 pela entrega do bebê, mas ambas alegam que o dinheiro foi dado para ajudar a mãe do menino a comprar um celular para manterem contato.

Jornal O Imparcial Médica de PP estava com a criança

O fato foi solucionado na manhã de ontem, na Delegacia Participativa de Prudente. A mãe da criança, de 20 anos, a entregou para a médica de Prudente, 34 anos, neste sábado, no Terminal Rodoviário de Campinas. De acordo com a delegada Adriana Pelegrini, que acompanha o caso, a jovem mãe não tinha interesse em ficar com o bebê, porque já tem um filho de 5 anos que mora com a avó materna, e seu marido está detido. "Ela pensou que não fosse dar conta de cuidar e resolveu passar para alguém. Daí surgiu a outra mulher, que estava interessada na criança", explica a delegada.

As duas se conheceram e mantiveram contato pela internet, até combinarem a data de entregar a criança. Depois disso, a mãe criou uma estória para seus familiares de que seu filho havia sido sequestrado, e sustentou a mentira nas redes sociais, fazendo apelo à população sobre o falso sumiço. O caso ganhou grande repercussão.

A Polícia Civil passou a investigar a ocorrência e descobriu a farsa. "Os policiais de Campinas fizeram contato com a médica de Prudente neste domingo, se passando por algum parente dela, que queria o filho de volta, e combinaram de se encontrar nesta segunda-feira de manhã para devolver o bebê, onde foi feito o flagrante", acrescenta Adriana Pelegrini.

A delegada diz que, em depoimento, a médica fez alegações controversas. Ela foi detida por ocultação de recém-nascido, enquadrada no artigo 232 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)  e foi encaminhada para o sistema prisional feminino de Tupi Paulista. "Ela disse que só queria ajudar, e que não levaria nenhuma vantagem com isso, como vender a criança, por exemplo".

Já a mãe foi indiciada pela Polícia Civil de Campinas e também responderá por falsa comunicação de crime. "É possível que ela responda em liberdade, mas o processo já corre contra ela. A situação é acompanhada pela Justiça em Campinas", informa a delegada de Prudente.

 

Familiares

O caso provocou a fúria da avó paterna do bebê. "Passei mal quando soube. Ela insistia que seria um sequestro, mas logo passamos a ver que não era somente isso. Ela não se mostrava muito preocupada com o filho", disse Adriana Cristina de Assis, 42 anos, à reportagem do jornal O Imparcial.

De acordo com ela, o filho ainda nem foi informado do assunto, mas enfatiza que está disposta a recorrer à Justiça para ficar com a guarda do menino. "Termos total condições de cuidar do menino, que já era esperado, e minha nora não passa por tamanhas dificuldades a ponto de dar ou vender um filho para alguém. Não teria esta necessidade. Já que estava difícil, então que desse para mim, cuidaria com prazer", garante a avó.

Ainda segundo Adriana, seu filho está detido em sistema semiaberto, com trabalho remunerado diário, que é repassado para a parceira. "Nunca esteve desamparada. Não vejo motivo para tudo isso", conclui.

 

 
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