População deve ficar alerta contra febre amarela

Segundo Vigilância Epidemiológica, vacinação é melhor forma de prevenir doença; estoque de Prudente conta com 1,5 mil doses

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 28/01/2017
Horário 09:16


Embora Presidente Prudente não registre casos de febre amarela desde 1985, o município está dentro da ACRV (área com recomendação de vacina). Em virtude disso, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) solicita que a população fique em alerta e mantenha em dia a imunização contra a doença, especialmente as pessoas que têm viagens programadas para locais de risco. De acordo com a enfermeira da VEM, Vânia Domingos, são ofertadas em Prudente 1,5 mil doses, de modo que o estoque é reabastecido conforme o repasse. A profissional ressalta que, por se tratar de uma vacinação de rotina, ainda não há um balanço de quantas pessoas foram vacinadas desde que a campanha de imunização passou a ser intensificada.

Jornal O Imparcial Vacina contra a febre amarela é disponibilizada em todas as unidades de saúde de PP

Segundo Vânia, devem ser vacinadas crianças a partir de nove meses de vida, com reforço aos quatro anos de idade, ou pessoas a partir dos cinco anos sem dose anterior, sendo necessário aplicar uma dose de reforço único após 10 anos desta primeira. A enfermeira aponta que a vacina não é recomendada para gestantes, crianças menores de seis meses, portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida, neoplasia e pacientes em terapêutica imunodepressora. O Ministério da Saúde, por sua vez, orienta todo indivíduo que reside em áreas com recomendação da vacina ou que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, a se vacinar pelo menos dez dias antes do embarque, a fim de garantir o desenvolvimento da imunidade.

 

Área endêmica


De acordo com um balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, o qual trata sobre a situação epidemiológica da febre amarela no Estado de São Paulo e que considera dados emitidos até 2 de janeiro, foram notificadas, em 2016, 204 epizootias (doenças contagiosas que acometem grande número de animais) de febre amarela em PNH (primatas não humanos), com um total de 270 primatas, sendo que os municípios que mais notificaram são aqueles localizados em regiões próximas de Presidente Prudente: Ribeirão Preto (44), São José do Rio Preto (20), Potirendaba (8), Catanduva (7), Ibirá (5) e Severínea (5).

Ainda conforme o levantamento, até agora, dois casos humanos, resultantes em morte, foram confirmados para febre amarela. O primeiro ocorreu em abril de 2016, no município de Bady Bassitt, mas cujo provável local de infecção foi uma mata de macacos em São José do Rio Preto. Já o segundo caso (óbito) ocorreu em 26 de dezembro de 2016, em Ribeirão Preto, e foi confirmado em 3 de janeiro deste ano.

 

Ocorrência


Conforme noticiado por O Imparcial, nos municípios onde houve a notificação de epizootias, ocorreu a emissão silvestre, isto é, a transmissão para os animais por meio dos mosquitos do gênero haemagogus e sabethes, que picam preferencialmente os macacos. Na ocasião, o engenheiro da seção de Operação de Campo da Diretoria de Serviço Regional da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Paulo Hiroshi Koyanagui, salientou que, ao adentrar uma mata, o homem que é picado pelo mosquito contaminado corre o risco de transmitir para a zona urbana, pois, se for picado pelo Aedes aegypti (vetor transmissor da febre amarela nas cidades) durante o período de viremia (presença de vírus no sangue), o mosquito transmitirá a doença para a população.

De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela em humanos é manifestada por febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Nos casos graves, há o aparecimento de febre alta, icterícia (coloração amarela da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, insuficiência de órgãos. A doença não tem terapêutica específica, sendo tratados os sintomas com analgésicos e antitérmicos. Uma vez que a febre amarela pode levar o indivíduo a óbito em cerca de uma semana, o tratamento deve ser imediato.

 
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