Prefeito e vice eleitos em Bernardes são presos

Luccas Inague Rodrigues e Reginaldo Cardilo, ambos do PP, são investigados pela Polícia Civil por suposta compra de votos

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 11/12/2016
Horário 09:45


A Polícia Civil de Presidente Bernardes realizou na manhã de ontem uma operação que resultou na prisão preventiva de Luccas Inague Rodrigues e Reginaldo Luiz Ernesto Cardilo, ambos do PP, eleitos prefeito e vice, respectivamente, nas últimas eleições municipais. Conforme o delegado Airton Roberto Guelfi, os políticos foram detidos após representação do órgão à Justiça Eleitoral, já que ambos teriam coagido testemunhas do inquérito que investiga suposta prática de crime eleitoral durante a campanha deste ano. O caso também é alvo de apuração pelo Ministério Público Eleitoral.

Segundo o delegado, ainda pela manhã, as ações relativas às prisões foram finalizadas, com a formalização do BO (boletim de ocorrência) e comunicação ao Juízo Eleitoral local. Depois dos procedimentos, Luccas e Inague foram encaminhados para a cadeia pública de Presidente Venceslau, onde permanecem à disposição da Justiça.

A prisão dos políticos foi comemorada pelo atual prefeito, José Lúcio Cauneto (PSB), segundo colocado nas urnas, em outubro, com 3.558 votos, 43,40% dos válidos. "Eu que fiz as primeiras denúncias ao Ministério Público, sobre todas as ações desta quadrilha, que comprou votos durante a campanha", declara. Alega que, entre os possíveis crimes cometidos pelos eleitos estão a doação de uma caminhonete para uma empresa, distribuição de R$ 40 em combustível em troca de votos, além de uma ameaça a um eleitor que teria sido feita por Reginaldo, a qual teria sido gravada em áudio apresentado à Polícia Civil.

 

Investigação


Como noticiado neste diário, Luccas e Reginaldo, eleitos com 3.932 votos ou 47,96% dos válidos, são partes em um processo em andamento na Justiça Eleitoral. A investigação contra os políticos partiu de uma ação interposta pelo Ministério Público, que pede a cassação do registro ou diploma dos mesmos, além de aplicação de pena de multa, por acusação de captação ilícita de sufrágio e de recursos.

Na sexta-feira, data em que encerrava o prazo para apresentação de defesa dos políticos, o juiz eleitoral Vinícius Peretti Giongo havia designado uma audiência de instrução entre as partes do processo para amanhã, às 9h, no Fórum local. Os dois investigados, através da advogada de defesa, Silvia Helena Ferreira de Faria Negrão, bem como o Ministério Público, chegaram a ser comunicados sobre o encontro pelo analista judiciário da 165ª ZE (Zona Eleitoral), José Wellington Henrique. As providências em relação à audiência, no entanto, não puderam ser apuradas na manhã de ontem.

Para falar sobre as prisões e as providências que seriam adotadas pela defesa, a reportagem entrou em contato com a advogada dos políticos, o PP (Partido Progressista), e também com familiares, porém, até o fechamento desta edição, apenas a esposa de Luccas, Mônica Zanfolim, se manifestou. "Segundo informações, eles foram isolados para não atrapalhar as investigações perante o processo", comentou. Ainda pontuou que passaria à reportagem o contato de Silvia Helena, o que não ocorreu até o fechamento desta edição.

 
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