A Prefeitura de Álvares Machado propôs aumentar para cerca de R$ 100 mil a subvenção anual repassada ao CAF (Centro de Apoio à Família), que funciona no Parque dos Pinheiros, mas a partir de janeiro de 2017. Atualmente, a subvenção é de R$ 40 mil por ano, e o valor tem sido insuficiente para manter os serviços, tanto que a administração da entidade anunciou, recentemente, que encerraria suas atividades no dia 31 deste mês por falta de recursos.
A instituição funciona como uma filial do Lar dos Meninos de Presidente Prudente, e possui a mesma gestão em Machado. O prefeito Horácio César Fernandez (PV) e a administração do centro se reuniram na tarde de ontem, no Paço Municipal, para tratar sobre as possibilidades do aumento de repasses e a viabilidade de prosseguir com o trabalho até o fim deste ano. "Propus aumentar o repasse para o ano que vem, pois não temos condições de mexer no valor atual. A Prefeitura está com seu orçamento contado e não há meios de colaborar neste ano. Além disso, por ser um período eleitoral, temos algumas restrições com dinheiro, para fecharmos o ano com as contas em dia", explica o chefe do Executivo.
Por enquanto, a situação segue indefinida. De acordo com a administradora do Lar dos Meninos, que também gerencia a unidade, Ana Paula Fioramonte Carmona, ela deverá se reunir com os diretores das entidades nesta semana, e um novo encontro com a Prefeitura será remarcado. "Não conseguimos sair com nada definido. Temos que analisar também a situação de como prosseguir com os trabalhos neste ano. Nenhuma das partes tem o intuito de fechar, até porque seria uma perda muito grande", destaca.
Horácio também diz que uma nova reunião deverá ser marcada com a entidade até sexta-feira. "Teremos um segundo papo. Talvez até outros. Mas queremos regularizar isso da melhor forma possível", relata o prefeito.
A instituição tem capacidade para atender aproximadamente 120 crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 14 anos, e atualmente atende 90 pessoas.
Motivo
Como já informado em
O Imparcial, o motivo do fechamento é a queda na arrecadação, ocasionada, sobretudo, pela crise econômica que atingiu as esferas públicas e privadas, e também o terceiro setor. A entidade funciona há 24 anos em um dos bairros de maior vulnerabilidade social de Machado, e passa por dificuldade em razão da falta de acesso à educação.
Segundo Ana Paula, a crise cooperou para a queda na arrecadação, ao mesmo tempo em que as despesas aumentaram. O repasse da Prefeitura se mantém o mesmo há pelo menos 4 anos, e os R$ 40 mil correspondem à cerca de 15% dos gastos do CAF, que gira em torno de R$ 300 mil anuais. O restante é angariado por meio de doações, eventos beneficentes ou promoções.
O CAF desenvolve o projeto Criança é Vida, com público de 6 a 14 anos. No local, os atendidos recebem diversos serviços de convivência e fortalecimento de vínculo no contraturno da escola regular. São atividades pedagógicas, culturais, esportivas, educacionais e de lazer, que incluem informática, dança, caratê e judô, além de alimentação.
