O avanço urbano parece “engolir” silenciosamente cada pedaço de verde que resta. Assim, iniciativas como o mutirão de limpeza no Parque do Povo da Zona Leste, marcado para o próximo sábado, 2 de agosto, em Presidente Prudente, tornam-se atos de resistência e esperança. O gesto, promovido pela Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo) em parceria com a Prefeitura e com a adesão de voluntários, é um movimento simbólico e prático de reconexão com a natureza e com o sentido de coletividade.
A área verde localizada na Avenida Doutor Ibraim Nobre, cruzamento com a Rua Sargento Firmino Leão, é mais do que um ponto de lazer, é um patrimônio natural da comunidade, um espaço de respiro em meio ao concreto. A degradação ambiental, visível nas margens de nossos córregos, nos terrenos baldios e nos parques abandonados, não é apenas reflexo da falta de manutenção, mas também de uma sociedade que, muitas vezes, se esquece de sua própria responsabilidade na conservação do ambiente em que vive.
Preservar e recuperar esses espaços é uma urgência que vai além da estética. Trata-se de saúde pública, de qualidade de vida, de justiça social e, principalmente, de educação ambiental. Quando instituições de ensino, poder público e sociedade civil se unem em torno de uma causa como essa, o que se planta é mais do que árvores ou flores: planta-se a semente da consciência.
É preciso, sim, limpar o parque. Mas também é necessário limpar ideias enraizadas de que o cuidado com o meio ambiente é dever exclusivo das autoridades. O meio é de todos, e a responsabilidade também. Incentivar o envolvimento popular, como propõe essa ação, é construir pontes entre as pessoas e o território, fortalecendo o sentimento de pertencimento.
O mutirão deste sábado é um convite ao despertar. Que ele não se encerre nas horas de trabalho coletivo, mas que reverbere em ações diárias: ao não jogar lixo na rua, ao denunciar queimadas, ao respeitar a fauna e a flora locais. O meio ambiente agradece. E a cidade, também.
