Presidente da Apoena é alvo de ameaças por mensagens

Acusado é apontado como invasor de uma área de preservação concedida à entidade

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 26/05/2020
Horário 13:54
Cedida - Área é concedida a projeto da Apoena
Cedida - Área é concedida a projeto da Apoena

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar ameaças contra uma área destinada a Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar) em Presidente Epitácio, bem como a seu presidente, o ambientalista Djalma Weffort, e funcionários.

De acordo com o boletim de ocorrência, no final de abril o presidente procurou a delegacia e relatou que possui um contrato de concessão de uso de uma área de terras no município. Segundo ele, há mais de 25 anos há uma discussão na Justiça junto a outro homem que, reiterada vezes, tenta invadir a área de preservação existente.

Conforme Djalma, em 2018 o autor e outros indivíduos invadiram novamente o imóvel e realizaram degradação da área. Na época, a Polícia Militar Ambiental foi acionada e autuou os envolvidos.

Diante disso, o ambientalista relata que pleiteou a ação de reintegração de posse à Justiça Federal que, liminarmente, determinou a retirada do invasor. De acordo com Weffort, mesmo após sentença que manteve a medida liminar julgando procedente a reintegração, o autor continua invadindo o imóvel e ameaçando ele e funcionários da Apoena.

MENSAGEM

DE AMEÇA

Djalma Weffort relatou à Polícia Civil que recebeu mensagens com ameaças do invasor pelo aplicativo WhatsApp. A reportagem teve acesso à conversa. Em um dos trechos, o homem diz, com emoji de uma arma: “desta vez você não vai ficar ‘em pune’ [impune], vai lá na delegacia e fala isto pro delegado”.

Ainda: “nós vamos ajudar vocês plantar as mudas de árvores lá, vai lá também pra você ver seu trator queimando junto com seu empregado”.

O ambientalista contou à reportagem que as intimidações são antigas, mas que tomaram gravidade.  “Costumeiramente já vinha fazendo ameaças não só pra mim, mas para os trabalhadores no campo”, afirma.

“A partir de fevereiro, quando houve a sentença definitiva de reintegração de posse, ele começou a ser mais direto”.

Apesar disso, a entidade continua realizando o projeto de restauração florestal com espécies nativas em área de Reserva Legal Mata Atlântica do Oeste Paulista. “Mesmo assim ele continua indo ao local, fica observado, tira foto e vai embora”, relata Djalma.

O homem apontado como autor prestou depoimento na quinta-feira e foi indiciado por ameaça. A reportagem tentou contato com o acusado, que teve o nome preservado. No entanto, as ligações não foram completadas e as mensagens não foram respondidas.

Publicidade

Veja também