A Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos de Presidente Prudente promove nesta quarta-feira, às 19h, uma assembleia extraordinária para debater e aprovar as diretrizes do novo estatuto da entidade. O encontro ocorre na sede da associação, localizada na Rua Thomas Mateus, 500, no Jardim Itapura.
O presidente da diretoria executiva da Associação dos Cegos, Henrique Chagas , relatou a O Imparcial que a base da mudança estatutária está vinculada às orientações pautadas pelo Marco Regulatório das Organizações Sociais, Lei 13.019/2014, e pela Lei Complementar nº 187/2021, que dispõe sobre a Cebas (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social). “O objetivo é adequar o nosso estatuto à nossa realidade atual, colocando exatamente aquilo que a gente faz na associação e o que a gente pretende desenvolver futuramente”.
Chagas ainda ressaltou que a necessidade de adequação do estatuto da associação também está relacionada à importância de a entidade continuar a ampliar os seus atendimentos à comunidade de deficientes visuais e suas famílias. De acordo com o presidente da entidade, o número de atendidos passou de 80, no final do 2023, para 120 pessoas atualmente.
Segundo Chagas, o quadro de profissionais e a estrutura da atual sede da associação já não contempla a demanda dos serviços prestados pela Associação dos Cegos. “O objetivo também é dar uma abrangência maior ao atendimento. Nós saímos de 80 pessoas atendidas para 120, hoje em dia. Nós não temos mais professores, educadores sociais e profissionais suficientes para atender mais do que isso. Nós também não temos prédio para isso, porém, estamos correndo atrás. Começamos uma construção que vai prosseguir por este ano e vamos ter a necessidade de contratar mais profissionais, porque possuímos muita gente na fila para poder atender. Nós temos mais de 40 pessoas que fizeram triagem e precisam de atendimento. Nós atendemos 15 municípios da nossa região”, expõe Henrique Chagas.
Outro objetivo crucial da modificação contratual, conforme Chagas, é permitir que a associação se cadastre e busque recursos junto aos governos federal e estadual. “Hoje recebemos apenas recursos do município, não temos este apoio do Estado e nem do governo federal. Para isso, precisamos estar com estatuto adequado”, pontua o presidente da entidade.
Chagas relata que missão da Associação dos Cegos é oferecer atendimento multidisciplinar, abrangendo desde assistência social, como a distribuição de cestas básicas, até a educação, com aulas de braile, soroban matemático e orientações para proporcionar mobilidade aos deficientes visuais. A instituição também oferece serviços de fisioterapia, psicologia e nutrição, além de fornecer café da manhã, almoço e café da tarde, todos gratuitos.
Com as alterações estatutárias planejadas para 2024, a Associação dos Cegos pretende implementar cursos e treinamentos destinados a pessoas sem deficiência visual, com o intuito de capacitá-las para interagir e auxiliar eficientemente aqueles que possuem deficiência visual. A proposta visa criar oportunidades de capacitação para ambos os grupos, facilitando a integração no mercado de trabalho. “No novo estatuto, vamos colocar esta possibilidade para capacitar as pessoas com e sem deficiência visual para o mundo do trabalho”, expõe.