Presos, eleitos serão diplomados

Cartório eleitoral vai requisitar presença de políticos para cerimônia marcada para amanhã, na Câmara Municipal

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 13/12/2016
Horário 09:50


Mesmo presos preventivamente, Luccas Inague Rodrigues e Reginaldo Luiz Ernesto Cardilo, ambos do PP, eleitos prefeito e vice de Presidente Bernardes, respectivamente, nas últimas eleições municipais, serão diplomados amanhã, às 14h, na Câmara Municipal. De acordo com o chefe do cartório da 165ª ZE (Zona Eleitoral), José Wellington Henrique, os políticos, acusados de coagir testemunhas do inquérito policial que investiga suposta prática de crime eleitoral durante a campanha deste ano, serão requisitados, caso a prisão não seja revogada por qualquer tipo de instrumento judicial até o horário da cerimônia. Ontem, ambos participaram de uma audiência de instrução que durou mais de oito horas.

José Wellington explica que, na audiência, foram ouvidas seis testemunhas do Ministério Público Eleitoral e cinco da defesa. "O próximo passo agora é abrir vista dos autos ao Ministério Público para alegações finais", relata. Pontua que serão dados dois dias para manifestação de defesa, antes do processo seguir para sentença final do juiz eleitoral Vinícius Peretti Giongo. Ontem, ao fim da audiência, Luccas e Reginaldo retornaram para a cadeia pública de Presidente Venceslau.

 

Apuração


Como noticiado neste diário, prefeito e vice eleitos foram presos em uma operação da Polícia Civil na manhã de sábado. O delegado Airton Roberto Guelfi conta que os políticos foram detidos após representação do órgão à Justiça Eleitoral, já que ambos teriam coagido testemunhas do inquérito que investiga suposta prática de crime eleitoral durante a campanha deste ano. Eleitos com 3.932 votos ou 47,96% dos válidos, os políticos também são partes em um processo em andamento na Justiça Eleitoral. Tal investigação partiu de uma ação interposta pelo Ministério Público, que pede a cassação do registro ou diploma dos mesmos, além de aplicação de pena de multa, por acusação de captação ilícita de sufrágio e de recursos.

Mais uma vez, a reportagem entrou em contato com a advogada dos políticos e também com familiares, porém, até o fechamento desta edição, não houve nenhuma manifestação.

 

SAIBA MAIS

A diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi efetivamente eleito pelo povo e, por isso, está apto a tomar posse no cargo. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nessa ocasião, ocorre a entrega dos diplomas, que são assinados, conforme o caso, pelo presidente do TSE, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) ou da junta eleitoral. A entrega dos diplomas ocorre depois de terminado o pleito, apurados os votos e passados os prazos de questionamento e de processamento do resultado das eleições. No caso de eleições presidenciais, é o TSE que faz a diplomação. Para os eleitos aos demais cargos federais, estaduais e distritais, assim como para os suplentes, a entrega do diploma fica a cargo dos TREs. Já nas eleições municipais, a competência é das juntas eleitorais.

 
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