A busca dos consumidores por produtos naturais e livres de agrotóxicos fomentou a venda de orgânicos ao longo dos últimos anos. Os comerciantes apontam que esse crescimento varia de 20% a 50%, sendo motivado pela preocupação com a saúde e uma alimentação saudável. Além disso, a facilidade de adquirir estes itens nos mercados ou lojas especializadas favoreceu o cenário, segundo a nutricionista Patrícia Zacharias, de Presidente Prudente.
Patrícia explica que os produtos orgânicos são alimentos que não receberam agrotóxicos na produção. Desta forma, se tornam mais naturais e benéficos à saúde. Assim, sem a química, os orgânicos possuem 40% a mais de antioxidante, um nutriente que evita o câncer, o envelhecimento da pele e do organismo. Dentre os diversos no mercado, ela aponta que as frutas e verduras são as mais buscadas. “Antioxidante aumenta o sistema imunológico, ou seja, previne gripes, coriza e tosse, o que c, consequentemente, dispensa os custos com medicamentos, por exemplo. Assim, se a pessoa tiver condições, compensa investir, pois os benefícios são maiores”, complementa.
Com a eliminação dos agrotóxicos, a nutricionista completa que estes alimentos evitam as crises alérgicas ou respiratórias, distúrbios hormonais e problemas neurológicos. Além disso, acrescenta que o sabor característico do alimento fica mais acentuado. “As pessoas têm procurado mais, porque o acesso é mais fácil. Agora, em quase todos os supermercados e bancas têm orgânicos, até em lojas especializadas. As verduras e frutas são os mais fáceis de encontrar, mas está aumentando o leque de alimentos sem agrotóxico”, afirma.
Mercado
Na linha de orgânicos do Super Muffato são comercializados frutas, verduras e legumes, segundo o gerente comercial Adilson Corrêa, o que abrange 8% do setor de hortifrútis. Ele pontua que esta área vem crescendo ao longo dos anos e a loja reservou um espaço refrigerado exclusivo aos produtos. “Cada vez mais os consumidores preferem os orgânicos, cujo crescimento nas vendas aumenta em 50% de um ano para o outro”, informa.
A majoração na comercialização na Sinal Verde, entre os anos, foi de 20% a 30%, conforme informado pelo proprietário Wellington Soares, que acredita ser devido à conscientização das pessoas sobre os danos do agrotóxico. Além disso, ele relata que produz os alimentos comercializados e estes precisam de uma mão de obra especializada, sendo tratada desde a muda até a colheita. Explica ainda que, quanto mais nutrida estiver a planta, mais forte fica e resistente às pragas. “Acredito que as pessoas estão vendo os benefícios para a saúde, buscando melhorar a qualidade de vida, com a prática de exercícios físicos, temendo ser acometidas por alguma doença”, opina.
A opinião é compartilhada pelo proprietário da Alecrim do Campo, Eduardo Souza Cordeiro, que destaca que o setor de hortifrútis e os de grãos são os mais requisitados, haja vista que se tratam da alimentação do dia a dia. Nesse sentido, nota que houve um aumento de 20% na procura pelos produtos. “Eles têm mais nutrientes, o sabor é mais acentuado, sem contar a questão da saúde, já que desde o seu plantio não vai nenhum produto químico”, conclui.