Professora Anésia: há 24 anos na educação

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 15/10/2020
Horário 04:13
Weverson Nascimento - Anésia diz estar esperançosa para rever as crianças
Weverson Nascimento - Anésia diz estar esperançosa para rever as crianças

A carreira da educadora Anésia Maria Faustino Cruz, 57 anos, começou em meados de 1996, na rede municipal de ensino. Formada em História, encontrou nos berçários a aptidão em trabalhar com o público infantil, profissão a qual ela dedica a maior parte do seu tempo. Porém, com a pandemia do novo coronavírus, a professora teve que readaptar a maneira de estar perto dos pequenos, o que exigiu uma mudança na forma de ensinar.
“A educação infantil exige do profissional o trabalho ‘teti-a-teti’, de cuidar dos outros. É bem gratificante. Mas, quando entramos para o trabalho remoto houve uma preocupação”, explica. De acordo com Anésia, que trabalha com crianças de zero a cinco anos, o maior desafio neste período, que ela acreditava que fosse durar até um mês, foi o de manter as atividades de rotina antes aplicadas na escolinha. “Temos uma plataforma online onde publicamos as tarefas. No começo era feito todos os dias, mas tivemos que diminuir”, conta.
Isso porque, conforme a professora, muitos pais não conseguiram readaptar a rotina de casa com a de ajudar as crianças. “Alguns não tinham nem computador com internet para as aulas, então passamos a enviar as atividades também pelo WhatsApp”, afirma. O mesmo ocorre com reuniões virtuais entre pais e professores. “São pais e, ao mesmo tempo, tiveram que desenvolver atividades de professor. A dificuldade é mantê-los diariamente ligados como se fossem levar os filhos todos os dias à escola”, lamenta Anésia, que chegou a ligar para conversar com responsáveis nas casas.

Ao olhar para a situação vivenciada nos últimos meses, Anésia acredita que o papel do professor passou a ser mais admirado

Valorização do professor

Apesar das barreiras, afirma estar feliz pelo trabalho desenvolvido, e que tem dado o seu melhor para manter o contato com os pequenos. Sobre o retorno gradual das atividades escolares, previsto para o ano que vem, Anésia está esperançosa para rever as crianças. Ao olhar para a situação vivenciada nos últimos meses, acredita que o papel do professor passou a ser mais admirado. “Ele sempre teve valorização por parte das famílias, mas não tanto quanto agora”. 
A pandemia trouxe dúvidas e incertezas para muitos profissionais, inclusive para Anésia, que atua em Presidente Prudente. A respeito do questionamento: “acredita que os professores têm o que comemorar nesse 15 de outubro?”. A resposta foi: “na pandemia, ele precisa comemorar o fato de estar vivo, com saúde, porque muitos perderam as vidas. Passar o dia com saúde é a única vantagem de comemoração que a gente tem”. 

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