Professores travam luta no retorno presencial das aulas

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 07/02/2021
Horário 04:25

O retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais de São Paulo divide opiniões. Enquanto alguns professores preferem o atendimento dentro de sala de aula, outros lutam para que permaneça o ensino remoto por receio de contaminação da Covid-19. Após o Estado anunciar a retomada do ensino presencial, docentes decidiram entrar em greve a partir de amanhã – medida aprovada por 91,7% da categoria, que votou em assembleia virtual promovida pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo).
Durante todo o período de pandemia, professores tiveram que readaptar a maneira de dar aulas. Aqueles que não tinham o costume de trabalhar com o ambiente virtual, foram obrigados a “reaprender” a ensinar por meio das tecnologias. A realidade não foi fácil para os docentes, que também tiveram que dar uma atenção ainda mais especial aos alunos, inclusive, fora do horário de trabalho – quando procurados por famílias em suas redes sociais ou telefones particulares. Ou seja, o novo normal também ampliou o esgotamento mental.
Depois de quase um ano nesta situação, merecem novamente ser ouvidos pelos governantes quanto à retomada das aulas presenciais. Uma das justificativas da categoria para o não retorno às salas, previsto para amanhã, com revezamento de atendimento para até 35% dos alunos, é de que as escolas só reabram após a vacinação dos profissionais da educação. Em contrapartida, o Estado afirma que as unidades “foram equipadas para dar segurança a alunos e educadores” e argumenta que “o retorno presencial é essencial diante das lacunas de aprendizagem e dos problemas de saúde mental decorrentes do ensino remoto”.
Em São Paulo, segundo a Apeoesp, houve 147 casos de infecção por Covid em escolas com algum tipo de atividade presencial, o que aumentam as chances de um possível surto na volta às aulas. Ora, diante disso, por que não dar prioridade para a imunização daqueles que trabalham nas escolas, já que existe a necessidade imediata dos encontros presenciais? O não retorno também é aceito por uma parcela de pais e familiares de alunos, e isso merece ser respeitado para evitar um problema ainda maior, de contaminação em massa. A questão é a prioridade. Enquanto não forem vacinados, professores continuarão relutantes assim como em outras questões já enfrentadas há anos pela categoria.

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