Projeto desenvolve estudos na área da agricultura digital

A partir de sensoriamento remoto de alta resolução, a intenção é encontrar soluções para problemas que afetam a produtividade

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 25/06/2023
Horário 04:05
Foto: Freepik
Agricultura digital é o caminho para superar desafios de aumento da produtividade de modo sustentável
Agricultura digital é o caminho para superar desafios de aumento da produtividade de modo sustentável

Com o entendimento de que a agricultura digital seja o caminho para superar os desafios de aumento da produtividade de modo sustentável, a partir de Presidente Prudente um projeto temático é desenvolvido em rede de pesquisa, com pesquisadores de instituições de ensino superior de três Estados brasileiros, incluindo duas locais: Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Também aberto a múltiplas cooperações internacionais, o projeto “Sensoriamento remoto de alta resolução para a agricultura digital” estuda a utilização de dados e imagens para desenvolver sistemas físicos, técnicas e software a serem utilizados em processamento e análise de dados sobre pragas, doenças, deficiência nutricional e predição de produtividade.

Com aporte financeiro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o projeto é de cinco anos e o primeiro será completado agora em julho. O que motivou reunião anual para discutir o andamento dos estudos de cada parceria e apresentar tutorais sobre as técnicas que estão sendo utilizadas e em desenvolvimento. Presencial e remoto em tempo real, o encontro foi sediado esta semana na FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia), campus da Unesp em Presidente Prudente. Foram três dias seguidos, de quinta-feira (22) a este sábado (24). O pesquisador responsável é o Dr. Antonio Maria Garcia Tommaselli, sendo que o projeto envolve pesquisadores principais e pesquisadores associados. 

Agricultura e pecuária

As demais instituições parceiras são a UFA (Universidade Federal de Uberlândia) e PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). O aporte maior é da Fapesp, mas existem estudantes de graduação e pós-graduação inseridos no projeto que recebe auxílio ou bolsa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), do Ministério da Educação; e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Além de Prudente, estão envolvidos os campi da Unesp em Botucatu e Jaboticabal. Pela Unoeste, a participação é da graduação e pós-graduação em Agronomia, com mestrado e doutorado.

Conforme o Dr. Tommaselli, o projeto coloca para trabalhar juntas pessoas da área de sensoriamento remoto, fotogrametria e cartografia do grupo de pós-graduação em Ciências Cartográficas da Unesp Prudente e o grupo de agronomia e de tecnologia das instituições parceiras. O trabalho está sendo desenvolvido com as técnicas de domínio em sensoriamento remoto de curta distância, com uso de sensores em drones, tratores e maquinários para fazer a detecção de pragas, doenças e deficiência nutricional e predição de produtividade, que são de interesse da agricultura e também de pastagens em sistema de ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta). “Cada grupo com seus conhecimentos e suas especialidades”, pontuou.

Grandes impactos

O projeto contempla várias produções rurais, de tal forma a causar grandes impactos econômico, ambiental (redução do uso de produtos químicos) e social, ao refletir no emprego e na renda dos trabalhadores envolvidos nas cadeias produtivas. Dr. Tommaselli disse que existem muitos grupos trabalhando na área da agronomia com sensoriamento remoto de curta distância, mas que esse grupo do projeto temático com a Fapesp é o único que tem sistema ótico em drone que utiliza câmera fabricada em Israel e o único em varredura a laser. Além do que, em termos de sensoriamento remoto e fotogrametrias, o grupo da FCT/Unesp é referência nacional. Tem ainda o fato do projeto ter juntado várias especialidades, com pesquisa e mobilidade na formação de recursos humanos.

Pela Unoeste estão diretamente envolvidos os pesquisadores Dr. Fábio Fernando de Araújo, Dr. Edemar Moro e de estudantes de graduação e do mestrado. No encontro desta sexta-feira (23), o Dr. Fábio falou sobre mapeamento digital para avaliar mudanças nos índices de qualidade do solo e de nematoides; dos desafios em desenvolver modelos para monitorar, mapear e detectar pragas, doenças e produtividade; e que os modelos podem contribuir para o desenvolvimento ou validação de índices de qualidade na agricultura. O Dr. Fábio agradeceu a oportunidade da Unoeste participar do projeto multidisciplinar e interinstitucional, nas pessoas do Dr. Tommaselli e do Dr. Nilton Nobuhiro Imai, que estão entre os pesquisadores principais; e citou a Dra. Ana Paula Ramos, da Unesp e que já atuou na Unoeste. 

Fotos: Homéro Ferreira

Dr. Fábio: mapeamento digital para avaliar mudanças nos índices de qualidade do solo e de nematoides

Dr. Fábio Araújo, Dra. Ana Paulo, Dr. Antonio Tomamaselli e Dr. Nilton Imai

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