Projeto Pontal (só em) 2030 

Provavelmente você acompanhou nas mídias em geral o lançamento, pelo governo do Estado de São Paulo do projeto Pontal 2030, o qual prevê investimentos na região oeste paulista da ordem de R$ 300 milhões e que nasceu para levar ao Estado frentes de desenvolvimento regional sustentável, fomentando emprego e renda aos paulistas. Essa é a versão oficialmente divulgada, que se espera ter sido extraída de um trabalho focado no fim precípuo de melhorar a vida da população.
Ao lançá-lo, o governo de São Paulo dividiu as ações em curto, médio e longo prazos. Nas de curto prazo, entabulou a criação de um aglomerado urbano regional com 32 municípios e 600.000 habitantes, a regularização fundiária do Pontal, pleito antigo e muito necessário para dar segurança jurídica e trazer investimentos ao setor rural, melhoria das estradas vicinais, investimentos na saúde pública, especialmente na área de oncologia (boa notícia considerando o recente credenciamento SUS do Hospital Regional do Câncer), infraestrutura, reformar equipamentos públicos e incentivar arranjos produtivos locais, com ênfase no projeto “corredores verdes”.
No ponto específico da infraestrutura, cresceu nossa expectativa sobre o destino do Aeroporto Estadual de Presidente Prudente que merece olhar técnico e de longo prazo. A sociedade civil vem se movimentando há mais de uma década pelas melhorias necessárias àquele espaço, com justo anseio de que seja feita uma ampla reforma, especialmente com a construção de um novo terminal de passageiros do lado oposto ao atual, transformado o aeroporto em urbano (entrada pelo final da Avenida Coronel Marcondes) dotando-o de área física a proporcionar recebimento de mais voos/companhias aéreas, posto sua localização geográfica, rota obrigatória de voos internacionais e ainda uma boa ligação direta das regiões Sul e Sudeste ao Centro Oeste e Norte do Brasil, aliado à futura sede da Receita Federal com posto de Alfândega e Porto Seco, podendo assim proporcionar a criação de um “HUB” de Logística, inclusive de cargas, ampliando em muito sua atual capacidade de operação, face dispor de condições operacionais muito favoráveis, à frente até de aeroportos maiores. 
Entretanto, mesmo após ter assumido compromisso com a comunidade por três oportunidades, nosso governador João Dória não a cumpriu até agora, determinando apenas que o futuro concessionário faça uma ampliação, investindo R$ 55 milhões em 30 anos!  Não são necessárias muitas fórmulas matemáticas para verificar que tais recursos não são suficientes para dotar o aeroporto prudentino de grande estrutura, decisão que mesmo após diversas reuniões, foi mantida pela cúpula governamental paulista. Um novo puxadinho será uma decepção a todos nós!
Por fim ainda, o projeto Pontal 2030 alocou o desenvolvimento do turismo como meta de longo prazo. Ora, o turismo brasileiro representa 8,1% do PIB nacional e gera empregos diretos e indiretos para uma cadeia enorme de serviços, empregando pessoas que não necessitam de formação universitária. Isso não pode ser deslembrado!  O turismo está praticamente pronto pra ser implementado em sua plenitude nesta região oeste paulista, com diversas frentes de atuação coordenadas pelo segmento e pelo Sebrae/SP. Fechar os olhos a esta realidade é um duro golpe em nossa região. Seria o projeto Pontal pra já ou apenas pra depois de 2030?
 

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