Promotoria pede suspensão da reorganização de escolas estaduais

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 02/12/2015
Horário 07:14
 

O MPE (Ministério Público Estadual) ajuizou anteontem uma ação civil pública pedindo, em medida liminar, a suspensão dos efeitos da reorganização das escolas estaduais na Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de não cumprimento, garantindo-se que os alunos continuem matriculados e frequentando as escolas onde se encontram, sem qualquer alteração administrativa quanto à transferência compulsória ou separação de ciclos. A petição inicial, de autoria do promotor de Justiça da Infância e Juventude, Luiz Antônio Miguel Ferreira, ainda aguarda apreciação do Judiciário.

 

O promotor pede ainda que a Justiça julgue procedente a ação, condenando a Fazenda Pública do Estado a levar a proposta da reorganização para aprovação dos alunos, pais, responsáveis e conselhos de educação, também sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1 mil pelo descumprimento, garantindo-se o funcionamento atual das escolas, sem qualquer alteração administrativa ou separação de ciclos, até a aprovação final da proposta.

Luiz Antônio expõe no documento que a Secretaria de Estado da Educação pretende, a partir de 2016, reorganizar alunos da rede estadual de ensino em escolas de ciclo único. O objetivo, dessa forma, é agrupar os estudantes da mesma etapa escolar na mesma escola: ensino fundamental - ciclo 1; ensino fundamental - ciclo 2; e ensino médio.

 

E em Prudente?

Especificamente em relação a Presidente Prudente serão sete as escolas estaduais atingidas com as mudanças propostas (veja a tabela). De acordo com o promotor, "a questão foi debatida apenas internamente entre a Secretaria Estadual de Educação e as Diretorias de Ensino".

"Não houve consulta prévia aos interessados, quanto à reorganização pretendida às escolas de Prudente que sofrerão mudanças", acrescenta o promotor, salientando que "apenas após a confirmação da reorganização foram realizadas reuniões com os pais de alunos". "Mas, neste caso, não era mais consulta, e sim informação das mudanças", considera. Para Luiz Antônio, portanto, "não houve a transparência necessária" para adoção da reorganização, de modo que o processo "seguiu um viés autoritário, com o total menosprezo da população atendida e das consequências que proporcionariam".

O representante do MPE cita ainda que, conforme a Constituição Federal, é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. No documento, o promotor comenta também as manifestações realizadas "em repúdio à reorganização pelos estudantes e familiares, bem como muitos professores".

 

REORGANIZAÇÃO EM PRUDENTE











































ESCOLA ESTADUAL COMO É HOJE COMO FICARÁ
Doutor José Foz Ensinos fundamental e médio Ensino fundamental
Comendador Tannel Abbud Ensinos fundamental e médio Ensino médio
Antônio Fioravante de Menezes Ensinos fundamental e médio Ensino fundamental
Clotilde Veiga de Barros Ensinos fundamental e médio Ensinos fundamental e médio
Florivaldo Leal Ensinos fundamental e médio Ensino médio
Marietta Ferraz de Assumpção Ensinos fundamental e médio Ensino fundamental
Monsenhor Sarrion Ensinos fundamental e médio Ensinos fundamental e médio (com redução gradativa do ensino fundamental)

Fonte: Ministério Público Estadual

 
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