Na tarde de sexta-feira, a reportagem deste diário seguiu até Rua Bela, altura do número 299, em Presidente Prudente, para apurar a queixa do proprietário do Edifício Paulistano, José Ângelo Nogueira Nanci. No local, o mesmo alega duas situações que interferem ao longo dos anos. A primeira delas é que a rede elétrica que passa em frente ao seu edifício, construído há 25 anos, impede o trabalho de restauração e pintura, e a segunda, é que após a recolocação da rede de extensão elétrica na Travessa Alberto Luziardi, a mesma ficou a poucos centímetros do prédio.
No dia 6 de outubro, após iniciar reparos na pintura do imóvel, José explica que foi “solicitado” pela concessionária Energisa Sul-Sudeste a interrupção do procedimento, visto que este poderia causar riscos à vida dos colaboradores. No dia 9 do mesmo mês, ele descreve que entrou em contato com a empresa e que a mesma abriu protocolo de atendimento para o afastamento da rede (Travessa Alberto Luziardi), bem como melhorias na fiação da Rua Bela, de forma que seu serviço de pintura fosse executado.
No dia 13, às 14h38, o proprietário diz que um novo protocolo foi aberto, e neste foi informado que “no máximo até o dia 20 de outubro tudo seria resolvido”, mas conforme acompanhou a reportagem no local, a estrutura permanece como relatada pelo dono do edifício.
Construído há 25 anos, José explica que a rede de energia que fica na calçada da Travessa Alberto Luziardi não era próxima de seu imóvel. No entanto, após a construção de uma casa – esta localizada na Rua Bela – o poste que faz a ligação elétrica precisou ser realocado, ficando a poucos centímetros das janelas do primeiro andar do edifício. Com tal mudança, ele relata que há mais de 3 anos não consegue alugar o apartamento, por este expor a segurança de seus possíveis moradores.
Mesmo não recordando ao certo quando o procedimento de mudança foi feito, José compreende que o erro não ocorreu por parte do morador “beneficiado” pelo deslocamento do poste. “Ele não tem culpa de nada. Na época, a empresa responsável tinha que levar a fiação para outro poste, porém, ela apenas realocou a estrutura para outro lugar e, com isso, a fiação ficou mais próxima do meu prédio”, relembra.
Já na altura da Rua Bela, o proprietário do imóvel descreve que a “rede de alta e baixa tensão” está cada vez mais próxima da estrutura do prédio e, com isso, fica impedido de realizar reparos como o que estava programado para o mês de outubro. “Os fios da Rua Bela e Travessa Alberto Luziardi já receberam uma espécie de capa para proteção, porém, atualmente a mesma não oferece mais segurança”, frisa.
Proprietário do Edifício Paulistano declara que necessita de um posicionamento da concessionária, visto que contratou pessoal para realizar pintura e reparos na estrutura do edifício, mas que ao tentar contactar a empresa, alega “sistema inoperante”.
Em nota, a Energisa Sul-Sudeste informou que a rede de energia citada na reportagem segue todas as normas de instalações elétricas vigentes. “A empresa efetuou a paralisação dos serviços de pintura no imóvel, após constatar que os trabalhos estavam sendo executados perto da rede elétrica, colocando a vida dos trabalhadores risco”, pontuou. A concessionária acrescenta que orientou o cliente sobre o risco e o informou da necessidade de que esse tipo de pedido de mudança de rede seja feito antes da obra começar, ou seja, antes de qualquer reparo ou serviços de pintura é necessário avaliar todos os riscos envolvendo a rede elétrica. “Em caso de dúvidas ou necessidade, a distribuidora deve ser acionada imediatamente”, reforçou a Energisa.
Segundo a nota, o pedido de mudança da estrutura já foi recebido pela empresa. Nos próximos dias, após a finalização dos estudos elétricos no local, a empresa descreve que fará o contato com o cliente para informá-lo sobre as adequações e obras necessárias para a continuidade dos serviços. “Importante enfatizar que para esse tipo de procedimento, a Energisa Sul-Sudeste realiza as tratativas diretamente com o cliente da unidade e segue prazos de execução estabelecidos pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]”, adiantou.
Dentre as orientações de segurança, a concessionária destacou que é preciso muita atenção durante os serviços próximos das redes de energia. “Qualquer descuido pode ser fatal. Queimaduras, fraturas por quedas e até fatalidades podem acontecer quando a distância mínima um metro e meio de segurança da rede de energia não é respeitada. A simples aproximação da rede de forma inadequada pode ser fatal”, completou a nota.
