Protesto interrompe audiência de novo aterro sanitário de PP

A cerimônia tinha como objetivo promover uma discussão acerca do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) do empreendimento

PRUDENTE - JEAN RAMALHO

Data 16/12/2016
Horário 07:52
 

Devido protestos de aproximadamente 100 moradores do bairro Timburi, em Presidente Prudente, a audiência pública agendada para ontem, para apresentação e debate acerca do projeto de implantação do CGR (Centro de Gerenciamento de Resíduos) no município teve que ser adiada pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente). A cerimônia tinha como objetivo promover uma discussão acerca do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente) do empreendimento, de responsabilidade da empresa Geo Vision Soluções Ambientais e Energia Ltda, porém, não pode ser realizada em razão das manifestações dos presentes.

Jornal O Imparcial Aproximadamente 100 moradores do bairro Timburi fizeram manifestação durante o evento

Os moradores do Timburi compareceram em peso ao evento. Cerca de 100 pessoas se mobilizaram com cartazes que traziam frases de efeito como: "Não somos responsáveis pelo lixo de vocês"; "Não transformem um lugar de vida em um lugar de morte"; e "Não contaminem nossas nascentes". De acordo com um dos representantes dos moradores, a maioria dos presentes na audiência é vizinha da propriedade adquirida pela empresa com a finalidade de implantar o novo aterro, por isso a indignação deles.

"Somos todos moradores que estamos naquela região há pelo menos quatro gerações. Nossa terra é rica, tem uma das maiores incidências de nascentes da região, então, não queremos que depositem lixo em nosso bairro", argumenta o produtor rural Valdinei Mauro Marques, 48 anos.

Além do descontentamento envolvendo a instalação do CGR no bairro, os moradores alegavam também que em nenhum momento foram procurados para conversar acerca do projeto. Também questionaram o horário da realização da audiência, bem como o local e a ausência de vereadores e demais autoridades do município. "Esse encontro teria que ser realizado em um local público, como a Câmara Municipal, com a presença dos vereadores, não em um prédio privado. Sem contar que nenhum dos moradores do bairro foi procurado, quem não pode vir está trabalhando em suas propriedades", alegou um dos líderes do movimento ao microfone. O evento foi promovido em um bufê da cidade.

 

Sem previsão

Como os ânimos continuaram acirrados e os moradores insistiam para que a audiência fosse encerrada, a secretária-executiva adjunta do Consema, Cecília Martins Pinto, após conversa com a Polícia Militar Ambiental, decidiu adiar a reunião. Desta vez, segundo ela, "com a condição de que todos os moradores e demais interessados no destino do lixo produzido no município fossem pessoalmente convidados". O novo encontro ainda não tem data para ser realizado, mas deve ser divulgado oficialmente com pelo menos 20 dias de antecedência pelo órgão e pela Geo Vision Soluções Ambientais e Energia Ltda.

A empresa, por meio de sua Assessoria de Imprensa, desmentiu a afirmação dos moradores de que eles não foram procurados para falar sobre o projeto, tampouco avisados acerca da audiência pública. A Geo Vision diz que promoveu a publicação oficial do convite em três oportunidades, além disso, teria feito também a divulgação em rádio. Para completar, representantes da empresa teriam visitado as propriedades ao lado do empreendimento e agendado uma reunião com os moradores no último sábado, na qual "teriam comparecido apenas dois deles". Sobre a realização da audiência em um local particular, a empresa informa que teria procurado 23 prédios públicos, porém, não teria conseguido agendar, seja por conta do tamanho ou da indisponibilidade de datas.

 
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