Prudente, 104 anos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor dos prudentinos e das prudentinas

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 14/09/2021
Horário 05:30

De uma coisa tenho certeza absoluta: daqui a 100 anos não estarei aqui para falar das comemorações dos 204 anos de Presidente Prudente, a maior cidade do oeste paulista. A cidade recebeu este nome em homenagem ao primeiro presidente civil do Brasil, Prudente de Morais, paulista de Itu. Ele morreu em Piracicaba.
Prudente de Morais, convém lembrar, era avô do jornalista Prudente de Morais Neto, que por muito tempo foi presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). No tempo dele, a ABI era uma trincheira contra a sanguinária ditadura militar que alguns imbecis querem de volta. 
Com mais de 230 mil habitantes, Prudente destaca-se por suas universidades, sua respeitada medicina, sua vida cultural, sua gastronomia (tô doido para comer no João Porquinho), sua agropecuária, seus atletas olímpicos, como o André Domingos e o Claudinei Quirino, e, principalmente, por sua gente generosa.
Como toda grande cidade, Prudente também tem problemas, como o desemprego, praga que assola todo o país. Já vi gente implorando comida perto de supermercados. Ainda outro dia uma mulher, com dois filhos, pedia aos transeuntes um litro de leite. 
Na área da saúde fiquei surpreso ao tomar conhecimento da taxa de mortalidade infantil. De cada mil bebês nascidos vivos ao menos dez morrem. Admito, com total humildade, que este assunto, no entanto, deveria ser discutido pelos profissionais da saúde, no caso, os pediatras. Espero que a taxa despenque a níveis aceitáveis ou a zero mesmo.
Também na área da saúde nossos prolfaças (gostaram desta?) aos profissionais do setor. Eles conseguiram dar um chega pra lá no coronavírus e, por falar nisso, não vejo a hora de tomar a terceira dose de uísque, quer dizer, dose de vacina, que pode ser qualquer uma.
Até outro dia, Prudente tinha uns 90 postos de gasolina, segundo me contou o meu bom amigo Lourivalter Gonçalves, sócio da Rede Prudentão. Pode ser que alguns fecharam por causa da pandemia. O posto da rede perto do Cristo atende de noite: "Não fecha nunca, nem na noite do réveillon", diz Gonçalves, um prudentino que gosta de blues, ritmo que as rádios prudentinas ignoram solenemente.  
A vida cultural da cidade também me agrada muito. Uma beleza o Centro Cultural Matarazzo, o Sesc Thermas e o museu. Assisti peças de teatro no CCM e no Sesc, um lugar bonito, aprazível e agradável. Os shoppings são ótimos e não ficam nada a dever aos de São Paulo. 
E a gastronomia? A cidade tem ótimos restaurantes, churrascarias, bares e similares. Destaco o Tacchino e, por falar nisso, acho que só haverá justiça social em Prudente no dia em que a maioria da população puder almoçar no Tacchino. Mas isto é apenas uma brincadeira num dia de festa. Valeu, Prudente!

DROPS

Entrou no supermercado com cem reais e saiu sem reais.

Quem dorme no ponto ameniza seu problema de insônia.

Se o ódio está no ar, o amor também está.

No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo. 
(Jesus Cristo)
 

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