Prudente é alvo de operação contra plano para resgatar chefes de facção em presídios

Esquema contava com rede de comunicação estabelecida entre advogados; organização também pretendia sequestrar autoridades para obter soltura de criminosos

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 10/08/2022
Horário 13:55
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Policiais federais cumprem mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em três Estados
Policiais federais cumprem mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em três Estados

A Polícia Federal, com o apoio do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Anjos da Guarda, com o objetivo de desmantelar o plano de resgate de líderes de organização criminosa presos nas penitenciárias federais de Brasília (DF) e Porto Velho (RO). Agentes cumprem mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão no Estado de São Paulo, inclusive em Presidente Prudente.

O plano contava com uma rede de comunicação estabelecida entre advogados, que extrapolavam as suas atividades legais, ao transmitir tanto as cobranças dos custodiados quanto os retornos das mensagens dos criminosos envolvidos no resgate.

Cerca de 80 policiais federais cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em três Estados: Distrito Federal (Brasília); Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente).

Para organizar as atividades ilícitas, os investigados valiam-se dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando códigos que remetiam a situações jurídicas que não existiam. Uma das estratégias identificadas por policiais penais federais e por policiais federais para o provável resgate de presos foi o plano de sequestrar autoridades do Depen para trocá-las por presos e, ainda, atentar contra instalações do órgão para conseguir a soltura de criminosos presos nas penitenciárias federais.

As lideranças envolvidas ingressaram no SPF (Sistema Penitenciário Federal) em fevereiro de 2019, justamente em decorrência da descoberta, pelas autoridades do Estado de São Paulo, de plano de fuga que, à época, já estava em articulação por tais líderes, então custodiados na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, de Presidente Venceslau.

Ações de inteligência do Depen detectaram que as tratativas persistiram mesmo após o ingresso no SPF. O departamento passou a compartilhar informações com a Polícia Federal.

Por meio de uma atuação coordenada e especializada dos dois órgãos, foi possível a compilação de elementos de prova suficientes para a identificação e, agora, a interrupção das ações criminosas.

"Esta ação demonstra a capacidade do Sistema Penitenciário Federal de isolar lideranças criminosas, identificar possíveis ameaças e de neutralizá-las, em atuação integrada com as demais forças de segurança pública da União", expõe o Depen.

A operação foi batizada de "Anjos da Guarda" em referência aos servidores da segurança pública que se esforçam e se arriscam dia e noite para proteger a sociedade de criminosos, aponta a PF.

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