Presidente Prudente está há seis anos na faixa de “desmatamento zero”, apontam dados da ONG (organização não governamental) SOS Mata Atlântica, referentes ao período de 2010 a 2016. Por meio do projeto “Atlas da Mata Atlântica” são gerados relatórios sobre o estado de conservação da floresta desde 1990, em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Além de mapear os remanescentes de mata atlântica em cada município, a ferramenta calcula as taxas de desmatamento e regeneração da mata nativa, viabilizando um acompanhamento da evolução anual da perda de florestas. Prudente, por exemplo, possui uma área total de 56.279 hectares dos quais 2,2 mil são de mata atlântica (menos de 4% do quantitativo original do município) - área é equivalente a 120 campos de futebol.
O presidente da Pontal Flora (Associação de Recuperação Florestal do Pontal do Paranapanema), José Alberto Mangas Pereira Catarino, explica que algo que influencia nesse índice é o fato de haver, em toda a região de Presidente Prudente, 4% de área reflorestada, quando deveria ter pelo menos 20%, segundo o Código Florestal. Até a década de 60, esses recursos naturais foram devastados, quando a madeira era extraída e levada pela ferrovia da Alta Sorocabana até as madeireiras paulistas. A monocultura do algodão também influenciou em um agravamento da erosão no solo regional, assoreando córregos e outros corpos d’água.
Para reverter o cenário, a associação plantou mais de 20 milhões de mudas ao longo dos últimos 27 anos, além de realizar um trabalho de capacitação e conscientização sobre a importância da recuperação florestal. “Os impactos do desmatamento são minimizados com esse trabalho, pois um solo protegido por floresta é um solo que não vai embora, ele mantém sua qualidade e ainda protege o lençol freático”, declara. Outro foco de atuação da associação é o trabalho de educação ambiental, por meio do qual foi realizado um projeto no ano passado com capacitações a mais de 600 pessoas de 26 municípios da região de Presidente Prudente, voltado para a preservação dos recursos hídricos. Pouco a pouco, portanto, tem sido o “tecido” o pano de fundo necessário para que as ações de preservação e recuperação do meio ambiente ganhem força na região.
