Prudente mantém saldo positivo de empregos por mais um mês

Em maio, município teve balanço favorável de 196 novos postos de trabalho; setores de serviços, indústria e agropecuária fizeram balança pender para o positivo

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 13/07/2023
Horário 04:00
Foto: Marcello Casal Jr./ABr
No geral, em 2023, até o presente momento, Prudente tem saldo de 1.112 novos empregos
No geral, em 2023, até o presente momento, Prudente tem saldo de 1.112 novos empregos

Pelo quarto mês consecutivo, a cidade de Presidente Prudente ficou com saldo positivo na geração de novos empregos. Em maio, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o município teve excedente de 196 novos cargos de trabalho: foram 2.686 admissões e 2.490 desligamentos. 

O setor de serviços novamente impulsionou a geração de postos de trabalhos, com resultado de 147 novos empregos. No quinto mês do ano, o setor teve 1.126 trabalhadores contratados e 979 demitidos. A indústria vem logo atrás, com a criação líquida de 62 novas vagas (488 admissões e 426 demissões). O segmento de agropecuária fecha a lista de setores que tiveram saldo positivo: 39 empregos (49 admitidos e 10 desligados). 

Diferentemente do resultado favorável no mês anterior, o setor de construção teve retração na geração de empregos, com a balança pendendo para o negativo: -34 empregos (207 contratados e 241 demitidos). Por mais um mês, o segmento do comércio continua na maré desfavorável de contratações: saldo de -18 postos de trabalho (816 admitidos e 834 desligados). 

No ano, até o momento

No geral, em 2023, até o presente momento, Presidente Prudente tem saldo de 1.112 novos empregos. Nos cinco primeiros meses do ano no município, foram 12.854 admissões e 11.742 demissões. 

O município começou 2023 no negativo na geração de novos empregos, com a marca de -56 empregos. A retomada teve início em fevereiro, quando o sistema que registra a movimentação de trabalhadores no mercado de trabalho formal do país apontou que naquele mês o saldo havia ficado no positivo, com 286 contratações. Em março, o saldo continuou no positivo, com 232 novos postos de trabalho. Em abril, o Caged registrou saldo positivo de 386 admissões, sendo esse o melhor resultado do ano em Presidente Prudente até o momento. 

Máquina pública

Na avaliação do economista prudentino Alexandre Bertoncello, quando esmiuçada a geração de novos empregos no setor de serviços, é evidente a relação da máquina pública e o seu peso para impulsionar novos cargos de trabalho. 

“O primeiro ponto positivo é que há meses a cidade vem com saldos positivos. Uma coisa que me chama muito a atenção quando a gente estratifica o saldo positivo na região de serviços [em maio], é que dos 147 serviços criados, 115 estão ligados à administração pública, saúde e educação”, pontua Bertoncello. Para o economista, este cenário reafirma que, além de Prudente ser um polo na questão da saúde e social em toda a região, há a constatação do aumento da máquina pública no município.  

Produção florestal

No setor da agropecuária, Bertoncello destaca o impacto positivo da produção florestal nos números do segmento no quinto mês de 2023. “Quando o foco da análise é a produção agropecuária, a parte interessante destes 39 novos empregos [em maio] criados, é que 28 foram ligados à produção florestal”, inicia o especialista, que cita dois prováveis fatores. “Existe uma ligação muito forte com as usinas, que verticalizaram parte deste processo e estão colocando isto em voga. Já o outro fator, ao mesmo tempo, pode estar associado a uma consciência social de que tudo aquilo que foi devastado por aqui no passado deveria ser melhorado”, avalia. 

A respeito da indústria, o economista enfatiza que não há dúvidas sobre o desempenho positivo do setor, com o saldo positivo de 62 novos empregos, porém, observa que, embora outros segmentos da indústria tenham demitido, a indústria de transformação se destacou ao contratar mais, indicando uma "vocação" do oeste paulista para este segmento industrial. “Curiosamente, a indústria de transformação, que, no caso da região, são as usinas, empregou 73 novos trabalhadores. Então, há outros setores da indústria que demitiram, como água, gás, resíduos e reciclagem, mas a indústria de transformação contratou mais, o que demonstra uma ‘vocação’ regional para isso”, examina. 

Comércio varejista

Quanto ao setor do comércio, Bertoncello expressa preocupação com a situação do comércio varejista em Presidente Prudente, que vem enfrentando uma retração há algum tempo. “O que mais preocupa é que o comércio varejista - aquele tradicional de Prudente, de rua - está sofrendo muito mais. É possível observar que, no geral, o comércio perdeu 18 vagas, mas teve a contratação de alguns segmentos, porém, o comércio de rua perdeu 51 vagas”, comenta.

Para o economista, é possível avaliar que o comércio varejista não está conseguindo se adaptar à ascensão das compras online. “A partir daí acende um sinal amarelo, até porquê, o comércio sempre foi força da região e a gente vê esta força cada vez menor”. 

Desaceleração da construção civil

Bertoncello avalia que o desempenho negativo do setor da construção foi impulsionado pela desaceleração da construção civil, com a diminuição de obras de edificação. “Por fim, para falar da construção que teve esta perda de 34 empregos, é importante entender que obras de infraestrutura e serviços especializados contrataram, porém, as obras de edificação - aquela construção civil básica que a gente conhece - perderam 41 empregos. Isso demonstra uma desaceleração na construção civil”, considera o economista  

Foto: Arquivo/João Paulo Barbosa

Bertoncello: “É evidente a relação da máquina pública e o seu peso para impulsionar novos cargos de trabalho”

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