Prudentinos relatam descaso de companhias de voo

Passageiros passaram horas em ônibus e saguões dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos após atraso e depois cancelamento sem nenhuma informação das operadoras

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 07/10/2023
Horário 09:30
Foto: Cedida
Mãe com criança de colo, pessoas idosas mais de 20 minutos dentro de um ônibus, em um saguão de aeroporto e sem nenhuma satisfação...
Mãe com criança de colo, pessoas idosas mais de 20 minutos dentro de um ônibus, em um saguão de aeroporto e sem nenhuma satisfação...

Passageiros prudentinos, dentre eles o prefeito Ed Thomas, o advogado Luiz Paulo Gomes e o empresário e escritor Neder Izaac, relatam transtornos, momentos difíceis por horas confinados entre os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos depois do voo de São Paulo a Presidente Prudente, operado pela Voepass por meio do codeshare com a Latam, ser adiado após atraso, das 19h de quinta-feira, e cancelado sem qualquer aviso prévio da companhia às 3h da madrugada desta sexta. “Com certeza, entraremos com uma ação coletiva contra as empresas, muito pelo descaso e pela falta de respeito que tiveram conosco. Atrasos, imprevistos são compreensíveis. O que não é compreensível é falta de respeito, de compreensão, de ética, de bom senso, total descaso, falta de tudo que tiveram com todo mundo. E nada foi barato”, acentua Luiz Paulo Gomes, que comprou sua passagem, por exemplo, para chegar na mesma noite de quinta em Prudente, porque tinha vários compromissos no escritório na sexta logo de manhã, mas perdeu todos.

O prefeito Ed Thomas diz que foi “muito humilhante”, uma situação indigna ver mãe com criança de colo, pessoa idosas mais de 20 minutos dentro de um ônibus, em um saguão de aeroporto e sem nenhuma satisfação, nenhuma justificativa plausível. “Teve um momento que falamos, vamos registrar boletim de ocorrência, mas não é de alçada da polícia militar, não é da civil, não é da federal. Foi revoltante fazer a gente ficar perambulando, desde as seis horas da tarde até quatro da manhã”, lamenta o prefeito que voltava de Brasília um encontro de prefeitos da Confederação Nacional dos Municípios para reivindicar repasses para a região.

Além de perder os vários compromissos que tinha, o empresário Neder Izaac destaca como um grande impacto negativo abalando, inclusive, a saúde. “Eu não dormi à noite. Eram 4h, 5h da manhã eu e mais três amigos decidimos alugar um carro por conta própria para virmos embora. Ou seja, olha o impacto também financeiro. Foi uma situação bem estressante e pretendemos sim reivindicar esse prejuízo tanto financeiro da passagem que foi cancelada, e todos pagamos, como todas as despesas, prejuízos a mais que tivemos e o desgaste de saúde de ambas as operadoras de voo”, enfatiza Neder Izaac.

 

ENTENDA MELHOR

Segundo narram os três passageiros, o voo originalmente sairia de São Paulo às 19h do aeroporto de Congonhas e chegaria a Prudente por volta das 20h30 de sexta. Logo de cara já apareceu no painel de divulgação que estava atrasado e foi passando: 19h20, 19h40, 19h50, 20h10, 20h20, 20h30, 20h50. E chamaram os passageiros, os colocaram no ônibus que leva até a aeronave, mas o ônibus sequer saiu do lugar onde ficaram por cerca de 20 minutos até que uma funcionária foi até eles e os informou que a aeronave teve um problema, não especificou qual, que precisaria de manutenção e que todos deveriam descer do ônibus. Nisso já eram mais ou menos, 21h15. Os passageiros ficaram aguardando no saguão do aeroporto de Congonhas até 22h, 22h10. Nesse meio tempo, ofereceram para quem quis, algo para comer, e informaram que seria imprescindível que fossem até o check-in da empresa, da Voipass, pegassem um voucher do Uber para irem até o aeroporto de Guarulhos, porque sairiam com o voo de lá por volta de 1h da manhã. E todos se deslocaram.

Lá fizeram novo check-in no guichê da Voepass, detalhe, tinha apenas uma funcionária da empresa em todo o aeroporto para fazer o check-in de todos o que levou segundo Luiz Paulo, quase uma hora e meia. Desceram para o portão do embarque, e foram colocados no ônibus para ir até o avião. Chegando até o avião, a porta aberta, a tripulação estava em frente conversando. E eles dentro do ônibus por mais 10 a 15 minutos.

De repente, a tripulação fechou a porta do avião e foi embora. E os passageiros permaneciam em pé trancafiados dentro do ônibus. Nessa hora começou a ter um tumulto dentro do ônibus, o pessoal querendo uma satisfação de tudo aquilo que estava acontecendo. O motorista deu meia volta, sem explicar coisa alguma, e retornou para o saguão. Nesse momento, a única funcionária da Voepass, não tinha o que fazer. Alguns procuraram a Latam que colocou a disponibilidade de 30 lugares para um voo que sairia nesta sexta de São Paulo, por volta das 16h30, 17h, ou seja, isso era 2h30, 3h da manhã, essas pessoas estavam no aeroporto desde as 17h30 ficariam 24 horas dentro do aeroporto. Outros compraram por conta própria o voo da Gol da hora do almoço.

 

VOEPASS E LATAM

Em contato por e-mail com a Assessoria de Imprensa da Latam para verificar se desejavam se posicionar a reportagem foi informada que: “Por se tratar de um voo operado pela Voepass, orientamos que procure pela assessoria de imprensa deles.  A Latam somente vende as passagens”. 

O mesmo contato foi feito com a Voepass, mas nenhuma resposta foi obtida até o fechamento desta edição.

Mãe com criança de colo, pessoas idosas mais de 20 minutos dentro de um ônibus, em um saguão de aeroporto e sem nenhuma satisfação...

 

 

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