Psicóloga clínica e psicomotricista, em Presidente Prudente, Miriam Hiromi Miyoshi Tomasette explica que a principal função de uma boneca é para fins lúdicos, estimulando a criatividade, imaginação e desenvolvimento emocional das crianças. Diante da febre dos bebês reborn adotados recentemente, principalmente por mulheres adultas, alerta que a pessoa “não deve perder noção da realidade”.
“Observamos pessoas tratando as bonecas como bebês reais, levando ao médico, hospitais, etc. Para avaliar se o caso é patológico é importante observar se esta deixa de fazer coisas, se interferindo na rotina, se há isolamento, se tem sofrimento sem o objeto, se prejudica as relações sociais, familiares e profissionais”, esclarece.
A especialista ressalta que as bonecas podem ser utilizadas em contextos terapêuticos para auxiliar em processos de luto, depressão, ansiedade ou traumas. “O brincar pode servir como relaxamento, diversão e expressão da criatividade. É normal e saudável brincar na vida adulta e muitos se divertem, como por exemplo: jogam bola, jogos, videogame, criam animais, etc. O importante é não perder a noção da realidade”, ressalta.
Pelo Brasil afora, diversos casos envolvendo bebês reborn sendo levados para hospitais, clínicas e até como objeto de briga judicial por guarda compartilhada têm virado notícias nos últimos dias. Nesta terça-feira, viralizou nas redes sociais um vídeo do plenário da Câmara dos Deputados, no qual o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) se posicionou sobre o uso de bonecas. Com uma reborn no colo, o parlamentar afirmou que o uso do brinquedo “não é pecado”, mas defendeu que o apego a esses objetos não pode substituir o cuidado com crianças em situação de vulnerabilidade.
“Estou aqui com a minha neta, bebê ‘esborni’, sei lá como é o nome, para dizer ao Brasil que não é pecado”, comentou o deputado, durante seu discurso. Segundo Isidório, qualquer pessoa tem o direito de brincar ou se afeiçoar às bonecas hiper-realistas, desde que isso não interfira nos serviços públicos. Ele criticou práticas como procurar atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) ou solicitar bênçãos religiosas para os brinquedos.
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