Psicóloga Miriam Tomasette alerta: “importante é não perder a noção da realidade”

Especialista ressalta que bonecas podem ser utilizadas em contextos terapêuticos para auxiliar em processos de luto, depressão, ansiedade ou traumas

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 24/05/2025
Horário 04:06
Foto: Redes sociais
Deputado federal defende que direito de brincar ou se afeiçoar não pode interferir nos serviços públicos
Deputado federal defende que direito de brincar ou se afeiçoar não pode interferir nos serviços públicos

Psicóloga clínica e psicomotricista, em Presidente Prudente, Miriam Hiromi Miyoshi Tomasette explica que a principal função de uma boneca é para fins lúdicos, estimulando a criatividade, imaginação e desenvolvimento emocional das crianças. Diante da febre dos bebês reborn adotados recentemente, principalmente por mulheres adultas, alerta que a pessoa “não deve perder noção da realidade”. 

“Observamos pessoas tratando as bonecas como bebês reais, levando ao médico, hospitais, etc. Para avaliar se o caso é patológico é importante observar se esta deixa de fazer coisas, se interferindo na rotina, se há isolamento, se tem sofrimento sem o objeto, se prejudica as relações sociais, familiares e profissionais”, esclarece.

A especialista ressalta que as bonecas podem ser utilizadas em contextos terapêuticos para auxiliar em processos de luto, depressão, ansiedade ou traumas. “O brincar pode servir como relaxamento, diversão e expressão da criatividade. É normal e saudável brincar na vida adulta e muitos se divertem, como por exemplo: jogam bola, jogos, videogame, criam animais, etc. O importante é não perder a noção da realidade”, ressalta.

Casos inusitados

Pelo Brasil afora, diversos casos envolvendo bebês reborn sendo levados para hospitais, clínicas e até como objeto de briga judicial por guarda compartilhada têm virado notícias nos últimos dias. Nesta terça-feira, viralizou nas redes sociais um vídeo do plenário da Câmara dos Deputados, no qual o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) se posicionou sobre o uso de bonecas. Com uma reborn no colo, o parlamentar afirmou que o uso do brinquedo “não é pecado”, mas defendeu que o apego a esses objetos não pode substituir o cuidado com crianças em situação de vulnerabilidade.

“Estou aqui com a minha neta, bebê ‘esborni’, sei lá como é o nome, para dizer ao Brasil que não é pecado”, comentou o deputado, durante seu discurso. Segundo Isidório, qualquer pessoa tem o direito de brincar ou se afeiçoar às bonecas hiper-realistas, desde que isso não interfira nos serviços públicos. Ele criticou práticas como procurar atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) ou solicitar bênçãos religiosas para os brinquedos.

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