Neste dia 22 é celebrada a Quarta-feira de Cinzas, data que marca o início do Tempo da Quaresma. Na ocasião, a igreja católica tradicionalmente celebra a Missa de Cinzas, em que o padre coloca as cinzas bentas sobre a testa dos fiéis. O padre Sandro Rogério dos Santos, 46 anos, pároco do Santuário Diocesano de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, localizado no Jardim Maracanã, e vigário Episcopal da Primeira Região de Pastoral de Presidente Prudente, explica que por ser um tempo de forte chamado à conversão, é um tempo penitencial e a celebração da missa com imposição das cinzas contempla este chamado: “convertei-vos e crede no Evangelho” que o presbítero diz a cada fiel.
Segundo o padre, as cinzas usadas nessa celebração são fruto da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos e da Paixão – que marca o início da Semana Santa – do ano anterior. “As cinzas lembram a condição frágil e efêmera da vida humana. Exatamente porque passageiros neste mundo nós devemos nos voltar para Deus, que é Senhor e salvador da humanidade”, expõe o vigário.
Padre Sandro salienta que o ano litúrgico tem como centro a celebração da Páscoa (Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor). A Quaresma que inicia na Quarta-feira de Cinzas termina na Quinta-feira Santa antes do pôr do sol. Durante o forte tempo quaresmal, todas as celebrações procuram incutir nos fiéis o zelo pela Palavra de Deus que vai aos poucos atuando nos corações que, abertos, se convertem. “Há três gestos propostos pela igreja: jejum, esmola [caridade] e oração. Poderíamos pensar num itinerário de conversão”, frisa.
O vigário lembra que no Brasil, os católicos e todas as pessoas de boa vontade podem vivenciar o tempo quaresmal na perspectiva da conversão social com a Campanha da Fraternidade, cujo tema este ano é “Fraternidade e Fome” e o lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer! [Mt 14,16]”.
“A Quaresma é o tempo de avaliar e rever nossas práticas religiosas, a oração pessoal e comunitária, a frequência à igreja e aos sacramentos, nossa relação pessoal com Deus e nossa vivência moral como um todo, que deve ser coerente com a dignidade que recebemos no Batismo”, salienta.
Conforme o padre, uma sugestão prática dada pelo cardeal-arcebispo de São Paulo é tomar nas mãos o Catecismo da Igreja Católica, voltando a ler e estudar sobre os fundamentos de sua fé, seu agir moral, sua oração e seu conviver com os outros em sociedade. “Brevemente, vale a pena retomar o sermão da montanha [cf. Mt 5,1-7.29], ou um Evangelho, por inteiro durante este ‘tempo favorável’ que Deus nos dá: tempo de graça, de conversão e reconciliação com Deus e com os irmãos. Tempo de salvação”, ressalta.
Por fim, padre Sandro diz que qualquer gesto ou atitude feito na intenção de amar, socorrer e cuidar do outro é um passo de conversão totalmente afeito ao Tempo da Quaresma e à vida cristã. Não fique indiferente ao chamamento da liturgia. Não há ressurreição sem morte, não há vida sem ‘luta’, empenho, constância na virtude, resiliência... Procure, querido leitor, querida leitora, voltar-se para Deus, buscar a igreja, sair da indiferença religiosa. Cultive a fé comunitária, eclesial. Sozinho você pode ir mais rápido, juntos, iremos mais longe. E o nosso destino é o céu”, enfatiza.
PROGRAMAÇÃO
DE PARÓQUIAS
Paróquia São Francisco
15h e 19h30
Paróquia São Judas Tadeu
19h30
Paróquia São Miguel Arcanjo
7h e 19h30
Santuário Nossa Senhora do Carmo
7h15 – 15h e 19h30 (Salão Paroquial)
Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja
15h e 19h
Santuário de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face
19h30
Foto: Eveline Zarpelão/Pascom Paroquial
Padre Sandro: “As cinzas lembram a condição frágil e efêmera da vida humana”
