Que sejam dias de vida...

EDITORIAL -

Data 23/07/2021
Horário 04:15

“Contra fatos, não há argumentos”. Os números mostram uma realidade triste e até assustadora. Como noticiado neste diário, a pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população de Presidente Prudente. Além das centenas de vítimas fatais atingidas pela doença na cidade, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos do Cartório de Registro Civil em Presidente Prudente, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Em números absolutos, o cartório de Presidente Prudente registrou 1.571 óbitos até o final do mês de junho. O número, que é o segundo maior da história em um primeiro semestre, é 27,9% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 64,6% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses em Prudente. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 58%.
Com relação aos nascimentos, Prudente registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho, foram registrados 1.497 nascimentos, número 11,4% menor que a média de nascidos na cidade desde 2003, e 6% menor que no ano passado. Com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 11,5% em Prudente.
Entre tantos, podemos analisar dois fatores: um, é claro, a pandemia. Infelizmente, foi um semestre de muitas mortes por conta da doença. Pessoas de todas as idades indo embora, notavelmente de maneira mais numerosa que o ano passado, por exemplo. E, a própria pandemia, também colaborou com outras mortes: cardíacas, etc. E, por outro lado, as pessoas adiaram novas gestações, também pela doença. Por medo. Por orientação, por decisão. Tudo isso somado, fez com que essa estatística chegasse a esse ponto.
Vidas se foram e outras deixaram de chegar. Que todos possamos tirar uma lição de tudo isso. Refletir sobre o que passou e orar por dias melhores, que querem chegar. Vida, sempre!
 

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