Cheguei a Fortaleza há quatro dias. Vim para aproveitar um breve descanso ao lado da minha companheira antes de embarcar: um intercâmbio de quatro meses na Argentina. Saí de Presidente Prudente numa segunda-feira e cheguei aqui no mesmo dia, trazendo o cansaço acumulado, a ansiedade pelo que vem pela frente, e uma vontade imensa de viver o presente.
Nesses dias, fizemos o que muita gente esquece de fazer — especialmente quando está prestes a enfrentar grandes mudanças: descansar. Aproveitamos a presença um do outro, saboreamos comida boa, demos risadas, e nos alimentamos de amor e afeto. E na quinta-feira, fomos ao Beach Park — um dos maiores parques aquáticos da América Latina, onde o lema é “Ser Feliz Agora”.
Entre o Insano, o Kalafrio, o Arrepius e os tantos outros toboáguas que fazem do Beach Park uma montanha-russa aquática de emoções, vivemos um daqueles momentos que fazem o corpo cansar, mas a alma se renovar. Era grito de adrenalina no alto, pausa gostosa na piscina de ondas. Foi divertido, foi intenso, foi necessário.
E é aí que mora algo fundamental: o descanso é importante, sobretudo quando tudo parece corrido, difícil ou incerto. Quando a vida pede muito da gente — emocionalmente, fisicamente, mentalmente — é ainda mais urgente que a gente saiba pausar. Descansar não é fugir da responsabilidade, é se fortalecer pra enfrentá-la. É um ato de cuidado e, por que não, de coragem.
Nos ensinaram que a gente só merece parar quando tudo está resolvido. Mas a verdade é que o descanso também tem seu lugar nos momentos turbulentos. Foi isso que eu vivi aqui em Fortaleza: um respiro antes da travessia, um tempo de paz antes do recomeço.
Volto com a bagagem um pouco mais leve, mas o coração muito mais cheio. E sigo rumo à Argentina com a certeza de que ser feliz agora não é um luxo — é uma escolha. Uma necessidade.
