Reforma em cemitério desagrada

Obras iniciadas em março deste ano pela Prefeitura de Estrela do Norte tem gerado desconforto em moradores, os quais alegam não saber onde localizar as placas dos familiares

REGIÃO - BIANCA SANTOS

Data 09/08/2017
Horário 12:37
Cedida/Paulo Sérgio Bezerra, Prefeitura garante que restos mortais continuam no local e que placas serão recolocadas
Cedida/Paulo Sérgio Bezerra, Prefeitura garante que restos mortais continuam no local e que placas serão recolocadas

Obras iniciadas em março deste ano pela Prefeitura de Estrela do Norte tem gerado desconforto em moradores, os quais alegam não saber onde localizar as placas dos familiares. Por sua vez, a administração informa que “nenhum túmulo foi violado e que retirou somente as sinalizações que estavam caídas em meio à alta vegetação, que se acumulou na área considerada dos ‘anjinhos’ sepultados no município”.

A inquietação aumenta para quem não consegue encontrar os irmãos que foram sepultados há mais de 50 anos, como é o caso do agricultor Augusto Vicente da Silva. “Tenho um irmão e uma irmã que foram enterrados no cemitério quando ainda eram crianças e conheço outras pessoas que, assim como eu, também farão boletim de ocorrência pela atitude da Prefeitura. Tiraram-nos o que identificavam as sepulturas das crianças, acredito que é uma falta de respeito, principalmente pelo uso de tratores na superfície”, comenta o agricultor.

Ainda segundo Augusto, antes de qualquer providência tomada pela administração municipal, os familiares deveriam ser avisados. Assim como considera o supervisor operacional de segurança, Paulo Sérgio Bezerra, que, apesar de não possuir nenhum conhecido ou familiar naquela área, expõe que o feito seria um “abuso de poder”, visto que, segundo ele, o Poder Executivo deveria pedir de cada familiar ou responsável o consentimento por escrito para a remoção das placas do local.

 

“Trabalho superficial”

Por sua vez, o prefeito Cícero Cirino da Silva (PSDB) afirma que na área em que o maquinário passou no cemitério “não havia pessoas sepultadas e que foram extraídos do local aproximadamente 20 caminhões de entulho que se acumulou com o passar do tempo, como o mato alto que cresceu por falta de manutenção”. “No lugar em que foram enterradas as crianças nós apenas carpimos, nada foi retirado de restos mortais, ainda porque havia pessoas sepultadas há mais de 40 anos e foi um trabalho superficial. As placas que retiramos foram as que estavam caídas em meio à alta vegetação e colocadas no canto do cemitério, mas serão reposicionadas, principalmente se os familiares nos procurarem”, diz. Conforme a municipalidade, se algum morador se sentir lesado com a retirada das placas para a limpeza, é necessário que procure a Prefeitura para maiores esclarecimentos e comunicar o número da sinalização do familiar sepultado.

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