Região de PP detém 70% da produção estadual

Neste aspecto de geração de renda, o fiscal pontua a importância do cultivo da semente de forrageira para a região e, consequentemente, para o fluxo financeiro estadual e do país.

REGIÃO - Rogério Lopes

Data 03/05/2015
Horário 08:01
 

A região de Presidente Prudente é a maior produtora de sementes de forrageiras de São Paulo, somando 70% da produção estadual. Se comparado com a colheita estadual da safra 2013/2014, que computou a produção de 54.168.61 toneladas do produto, em 1.408 campos de cultivo, distribuídos em 29.523.91 hectares, pode-se estimar que a região foi responsável por 37.918.027 toneladas de sementes de forrageiras de São Paulo. Só entre 2012 e 2013, os produtores locais – cerca de 32, desde o pequeno até o de grande porte (existem cadastrados cerca de 70 na região, mas nem todos estão em atividade) – produziram cerca de 28,5 mil toneladas do produto, decorrentes de, aproximadamente, 15,5 mil hectares da cultura, distribuídos em 845 campos inscritos no Ministério da Agricultura, segundo informa o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, regional de Prudente, Hélio Sousa Santana. No momento, o responsável esclarece que não há números da safra de 2014.

Jornal O Imparcial Sementes de forrageiras são direcionadas ao cultivo de pastagem

Confirmando a "força" da produção agropecuária no Brasil, Santana lembra que, só na safra 2013/2014, a comercialização, em âmbito nacional, seja em negociações internas ou por exportações, de sementes de forrageiras e de grandes culturas, como, por exemplo, feijão, milho, soja, entre outras, gerou em torno de US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões para a economia do país.

Neste aspecto de geração de renda, o fiscal pontua a importância do cultivo da semente de forrageira para a região e, consequentemente, para o fluxo financeiro estadual e do país. "É uma cultura promissora, que ajuda toda região e que contribui, em muito, com o agronegócio", aponta. Quanto ao valor da venda do produto, Santana menciona que varia entre R$ 12 e R$ 31 o quilo do produto, de acordo com a oferta e procura, a falta da mercadoria no mercado, entre outros itens.


Anprosem


Uma coisa não se pode negar, conforme pontua representantes do setor, o potencial e a importância da produção regional das sementes forrageiras, em relação à economia. De acordo com a diretora executiva da Anprosem (Associação Nacional de Produtores de Sementes de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras), unidade de Presidente Prudente, Sandra Regina Dias Ferreira, a semente forrageira é um produto que se produz no Brasil o ano todo, já que o plantio e a comercialização variam de região para região. Isso porque, o cultivo depende do clima propicio, e este muda de acordo com cada localidade. Além disso, pontua que o momento da cultura, na região, "tem sido bom".

Entre os tipos do produto, a diretora pontua que existem: sementes de forrageiras da espécie panicum, brachiarias (estas podendo ser Humidicola e Llanerto), brizantha, entre outras.

 

Visão do produtor


Segundo o gerente comercial da Soesp (Sementes Oeste Paulista) e vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), regional Presidente Prudente, Itamar Aves de Oliveira Júnior, a região sempre foi "forte" na produção de sementes de forrageiras, sendo, até mesmo, considerada, alguns anos atrás, a maior produtora do país. Atualmente, Oliveira Júnior acredita que a localidade seja responsável por 30% das exportações do segmento no Brasil.

Em relação à safra 2015/2016, o gerente espera que a produção, mesmo em um momento de crise econômica nacional, se mantenha com bons índices.

 

Surgimento


Conforme explica Santana, a cultura de sementes forrageiras – pastagem – teve início no país em meados de 1970. Até então, o cultivo das áreas de pastagem era feita a partir de propagação vegetal (mudas), procedimento que, segundo ele, era "extremamente lento".

Com o advento das sementes, houve a facilitação do serviço e economia, já que o método era mais barato. No começo, por falta de conhecimento, as sementes foram importadas, principalmente da Austrália, porém, em meados da década de 1980 o país começou a produzir o produto. Assim, o Brasil, que era importador em 1970, passou a exportar, no início de 1980, sementes de forrageiras tropicais. Com a entrada de entidades de pesquisa e pecuaristas mais receptivos e inteirados com a tecnologia das sementes, além de órgãos fiscalizadores, o setor ganhou forma e se firmou nacionalmente.
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