Região tem pior nível de emprego do Estado

Levantamento divulgado ontem mostra que em novembro a variação chegou aos - 4,10%, com queda de 1.650 postos de trabalho

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 15/12/2018
Horário 05:39

A região de Presidente Prudente apresentou resultado negativo no mês de novembro no que diz respeito ao nível de emprego industrial. O levantamento foi divulgado ontem pela por meio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), que revelam a variação negativa de 4,10% no mês passado, o que representa a queda de 1.650 postos de trabalho, e faz com que em uma comparação com demais regiões, Presidente Prudente ficasse no topo daquelas que se destacam pela variação negativa, ficando à frente da região de Americana (-3,61%) e Guarulhos (-3,50%). “Todo e qualquer cenário de demissão é muito preocupante, pois acaba influenciando em todos os setores em questão. Existe um otimismo em relação a melhoras, especialmente para o início do ano, precisamos ter confiança”, expõe o diretor regional do Ciesp/Fiesp em Presidente Prudente, Wadir Olivetti Júnior.

Conforme o levantamento, além da queda de 1.650 postos de trabalho em novembro, a região de Presidente Prudente apresenta um acumulado de -3,52% no ano, o que representa uma queda de aproximadamente 1.450 postos de trabalho, e um acumulado dos últimos 12 meses de -4,42%, o que significa uma queda de quase 1,8 mil postos de trabalho. “O nível de emprego industrial no mês de novembro foi influenciado pelas variações negativas de coque, petróleo e biocombustíveis (- 22,61%); produtos alimentícios (-0,65%) e produtos de minerais não-metálicos (-1,79%), que foram os setores que mais influenciaram o cálculo do indicador total da região”.

Conforme Wadir, os números são ligados diretamente e principalmente por causa das usinas de álcool e açúcar, que além de terem entrado no período de troca de safras, enfrentam dificuldades no escoamento dos produtos, já que a região seria deficitária neste sentido. “Isso, consequentemente, influencia no setor alimentício, em especial no açúcar. No caso das usinas, os funcionários acabam sendo demitidos para que não fiquem ociosos nas empresas, após o término do período de safra. Os dados, neste período do ano, já eram esperados”, salienta. Mesmo sazonal, os números preocupam o representante do Ciesp/Fiesp, pois retratam brasileiros sem uma fonte de renda.

O presidente do Sindetanol (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Bicombustíveis de Presidente Prudente e Região), Milton Ribeiro Sobral, confirma que o período entressafras é o principal motivador da queda, e afirma que as demissões nas empresas tiveram início em outubro, sendo que em novembro houve a maior quantidade de desligamentos. “Este ano tivemos uma antecipação desse fenômeno devido ao fator clima, então, o período será maior que nos anos anteriores. A produção das indústrias está prevista para ser retomada a partir de março, o que fará com que a maioria dos funcionários, se não todos, seja readmitida”, salienta.

Nas empresas que são representadas pelo sindicato, pelo menos 200 colaboradores devem ser desligados ao todo, neste período, distribuídos em nove usinas.

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