Resuminho triste para um domingo de Páscoa 2020!

Jogi Humberto Oshiai

COLUNA - Jogi Humberto Oshiai

Data 12/04/2020
Horário 05:42

Segundo extratos da declaração do diretor da OMC (Organização Mundial de Comércio), nosso compatriota, Roberto Azevedo, “O tombo desta crise sanitária será superior ao que foi registrado na crise de 2008 e equivalente ao que existiu depois da Grande Depressão, nos anos 30.  As inevitáveis quedas no comércio e na produção terão consequências dolorosas para as famílias e as empresas, para além do sofrimento humano causado pela própria doença. O objetivo imediato é controlar a pandemia e atenuar os prejuízos econômicos para as pessoas, as empresas e os países. Mas os responsáveis políticos devem começar a planear as consequências da pandemia. Estes números são feios - não há como contornar isso. Mas é possível uma recuperação rápida e vigorosa. As decisões tomadas agora irão determinar a forma futura da recuperação e as perspectivas de crescimento global. Precisamos lançar as bases para uma recuperação forte, sustentada e socialmente inclusiva. O comércio será aqui um ingrediente importante, juntamente com a política fiscal e monetária. Manter os mercados abertos e previsíveis, bem como promover um ambiente empresarial mais favorável em geral, será fundamental para estimular o investimento renovado de que vamos precisar.”

Segundo o diretor da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Guy Ryder, "A quarentena não vai funcionar se milhões de pessoas forem colocadas numa situação de ter de abrir mão de suas rendas para ficar em casa".

Segundo o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, "Cada país é diferente e precisa respeitar essa situação ao adaptar as medidas contra o coronavírus".

Segundo a doutora do Albert Einstein, Nise Yamaguchi, "É importante construir UTIs, aumentar os leitos hospitalares, promover o isolamento vertical e adotar medidas de prevenção - mas não podemos nos limitar a isso. O tratamento precoce com hidroxicloroquina pode ser feito em larga escala".

Com base nestas declarações podemos, no mínimo, chegar à conclusão que estamos vivendo uma Páscoa particular com muitas contradições em função da péssima contribuição da maioria dos políticos e religiosos brasileiros que vivem exaltando Deus em vão sem contribuir em absolutamente nada para colaborar inclusive no combate a este inimigo invisível. Em relação aos políticos, a nossa resposta deve ser a rejeição de todos eles nas próximas eleições! E quanto aos religiosos, sugiro a cada um fazer uma reflexão sobre a sua própria religião reiterando que o meu Deus é o do artigo que escrevi anteriormente para este jornal.

E, como não poderia deixar de ser, termino com um comentário necessário sobre o Dr. David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do governo de São Paulo, que graças ao difosfato de cloroquina, está vivo, enquanto que até ao dia 8 de abril, 824 compatriotas nossos morreram por não ter tido acesso ao medicamento. Lembro que Uip se autoprescreveu o medicamento acima mencionado em 13 de março último, quando não havia ainda nem mesmo um único caso de morte de Covid-19 no Brasil. A primeira morte com suspeita do vírus foi assinalada somente no dia 17 de março. Portanto, a meu ver, a história dará conta de registrar este vergonhoso fato que já é de conhecimento de todos na nossa cidade, no nosso país e fora também. Vergonha dr. Uip!

Enfim, neste caos político, se for vulnerável fique em casa, e se não for seja pragmático - utilize máscara para não morrer e para não matar - até que uma boa parte das autoridades competentes do nosso país deixe de boicotar o nosso Brasil. Esta crise não vai passar tão rápido quanto desejamos e assim, neste domingo, vale a pena pensar também se tem sentido festejar a Páscoa em um Brasil que não tem inclusive isonomia no isolamento e tampouco no tratamento contra este Covid- 19, que já matou quase 100 mil pessoas no mundo.

 

 

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