Riqueza e pobreza na capital do oeste paulista

OPINIÃO - Thiago Granja Belieiro

Data 07/02/2021
Horário 04:30

Quem conhece Presidente Prudente pela primeira vez espanta-se com a beleza, a organização e a relativa riqueza que a cidade demonstra, principalmente, para quem visita o centro da cidade, as grandes avenidas, seus parques, praças, shoppings e bairros mais próximos ao centro, sem contar os quase 25 condomínios fechados da cidade. 
Em 2018, a revista Bula elegeu a cidade como uma das 20 cidades brasileiras mais felizes, ao cruzar e analisar dados estatísticos do município, entre eles o alto IDH, o baixo índice de violência, e o dado que apontou Prudente como a 12ª melhor cidade para aposentados. Poderíamos incluir a essa avaliação, dados da Fecomércio de São Paulo, que aponta Prudente como a 24ª melhor cidade paulista para investimentos. 
O grande conjunto médico hospitalar e a rede educacional, pública e privada, contribuem para que a capital do oeste paulista tenha a sensação de bem estar social que nos aproximaria de países ricos como a Bélgica, por exemplo. 

Dados da Receita Federal mostram que apenas 20% da população prudentina estão entre aqueles que declaram imposto de renda

Entretanto, Presidente Prudente é um reflexo do Brasil e como qualquer uma de nossas cidades, apresenta elevados índices de desigualdade social. O encantamento de um hipotético visitante cairia por terra se o mesmo visitasse nossas periferias, distritos e bairros populares. Mais uma vez, dados estatísticos recentes podem contribuir para termos uma visão mais objetiva de nossa realidade social. 
Dados da Receita Federal mostram que apenas 20% da população prudentina estão entre aqueles que declaram imposto de renda, o que nos faz concluir que 176 mil pessoas ganham abaixo de R$ 28 mil ao ano. O mesmo dado da Receita indica uma renda média de R$ 1953 na cidade. Dados do auxílio emergencial mostram que 19% da população receberam o benefício em 2020, algo em torno de 43 mil prudentinos. As filas na frente da Caixa Federal ano passado deixaram isso claro aos observadores atentos. 
Com o desemprego na casa dos 14%, perspectivas incertas quanto à vacinação e com a retomada do crescimento econômico do país, o fim do auxílio emergencial, o aumento da inflação junto com o notório aumento da pobreza no horizonte, tudo isso pode fazer de 2021 um ano em que talvez possamos duvidar do título de cidade feliz. 

 

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