A Santa Casa de Misericórdia de Martinópolis divulgou ontem que possui medicamentos que fazem a sedação de pacientes que precisam ou estão intubados apenas até amanhã. A situação preocupa a administração da unidade hospitalar, que, caso o estoque não seja reposto, precisará mudar os protocolos internos para garantir que os pacientes não “acordem” da sedação ainda intubados. Situação semelhante ocorreu com a Santa Casa de Presidente Epitácio nesta semana, que chegou a divulgar ter sedativos até ontem apenas, mas que conseguiu reverter o cenário com a ajuda do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde).
De acordo com o vice-provedor da Santa Casa de Martinópolis, José Jailson Passos, a unidade não possui UTI, o que fez com que, diante da pandemia, fossem montados leitos de suporte avançado e que dão assistência a pacientes intubados até que eles sejam transferidos para um hospital da região, como em Presidente Prudente. “Para essa intubação há a necessidade de alguns medicamentos injetáveis e que fazem com que o paciente fique sedado durante o procedimento, que é muito agressivo”.
Jailson afirma ainda que, na tarde de ontem, o hospital contava com apenas um paciente nessa situação de intubação, que logo foi transferido para o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, mas apontou que mesmo que o número seja baixo, não é possível “ficar tranquilo”. “Essa situação muda diariamente e a todo o momento. Semana passada, por exemplo, chegamos a ter 15 pessoas internadas de uma só vez e um intubado, então, não podemos nos acomodar, é preciso estar preparado”.
O contato com os fornecedores já foi feito, sendo que há um prazo de até 15 dias para a entrega dos medicamentos, que pode não ocorrer, como já registrado em outras vezes. Se isso ocorrer, o vice-provedor aponta que a equipe já possui um protocolo alternativo, que utiliza outros medicamentos, em um intervalo menor de tempo, para garantir essa sedação. “Com o intervalo menor, utilizamos ainda mais medicações, o que faz com que o estoque logo seja esgotado também”. De qualquer forma, os medicamentos indicados para essa situação são esses com prazo para acabar na unidade.
“O governo do Estado tem feito aquisições desses medicamentos no exterior, e já manifestamos o interesse e passamos qual é a nossa demanda, mas ainda não é possível dizer quando chegará essa remessa, pois ainda há tratativas”.
No início da semana, a Santa Casa de Presidente Epitácio veio a público expor uma situação preocupante: o problema para encontrar sedativos e um estoque suficiente para atender aos pacientes apenas até ontem. Na ocasião, a reportagem apurou que 12 pacientes estavam intubados na unidade e, caso a medicação acabasse, eles ficariam sem assistência sedativa e precisariam “acordar” da intubação, o que poderia agravar o quadro de saúde de cada um dos pacientes. Ontem, o hospital afirmou que, com a ajuda do DRS de Presidente Prudente, conseguiu fazer uma reposição dos insumos, mas não afirmou por quanto tempo eles seriam capazes de atender à unidade.
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