São João tem R$ 5 mi em dívidas e pode fechar

Mas eles não consideram isso e a diária que recebemos é de apenas R$ 42 por paciente, o que torna inviável o atendimento adequado", completa.

PRUDENTE - Bruno Saia

Data 18/04/2014
Horário 04:47
 

O Hospital Psiquiátrico São João, em Presidente Prudente, acumula dívidas de aproximadamente R$ 5 milhões, e corre o risco de fechar as portas até o final do ano. "Caso não haja um aumento no repasse das verbas para o funcionamento da unidade, não haverá outra solução", enfatiza Lílian Cristina Bordin, a gerente do hospital. Ela e outros funcionários da unidade participaram na manhã de ontem de um protesto em frente à Prefeitura de Presidente Prudente para cobrar um reajuste nas verbas direcionadas à instituição.

Jornal O Imparcial Manifestantes caminharam pelo calçadão de Prudente, ontem

"Nós realizamos uma caminhada pelo centro da cidade para conscientizar a população a respeito da importância do São João", explica a gerente. Atualmente, a unidade de saúde funciona com um repasse de R$ 224 mil mensais e, segundo Bordin, ao menos R$ 320 mil seriam necessários para que o hospital consiga manter as portas abertas. "O problema é que nós atendemos cerca de 80 pacientes com problemas relacionados ao álcool e drogas, o que renderia uma diária de cerca de R$ 300. Mas eles não consideram isso e a diária que recebemos é de apenas R$ 42 por paciente, o que torna inviável o atendimento adequado", completa. O hospital conta com 180 leitos e 120 funcionários.

 

Sem perspectivas


Questionado a respeito da possibilidade de aumentar o repasse nas verbas destinadas ao Hospital São João, o Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente (DRS 11) informa que o hospital recebe mensalmente R$ 224,6 mil, que são enviados pelo Ministério da Saúde para o governo do Estado, que, por sua vez, repassa o valor integral para a entidade.

Já o Ministério da Saúde destaca a adoção de uma Política de Saúde Mental, desde 2003, que mudou o foco da hospitalização como única possibilidade de tratamento às pessoas com transtornos mentais e pacientes com dependência química. Apesar de o texto enviado pela Assessoria de Imprensa da pasta destacar investimentos do governo no setor, não menciona nada específico em relação ao Hospital São João. "Minha dúvida é para onde irão essas pessoas se a gente fechar", questiona Bordin.
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