Saúde mental e os impactos da pandemia 

Medo, desemprego, isolamento e desinformação geraram reflexos expressivos nos atendimentos ofertados nas unidades da Rede de Atenção Psicossocial

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 21/08/2020
Horário 08:15
Freepik -  Em alguns casos, se o atendimento presencial for necessário, agenda-se horário
Freepik -  Em alguns casos, se o atendimento presencial for necessário, agenda-se horário

Não somente o distanciamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus, mas os demais desdobramentos e impactos como medo, desemprego, isolamento e desinformação geraram reflexos expressivos nos atendimentos ofertados nas unidades da Raps (Rede de Atenção Psicossocial), seja nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) ou nas UBSs (Unidades Municipais de Saúde) com miniequipe de Saúde Mental. É o que informa a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Presidente Prudente. Conforme a pasta, foram 26.558 atendimentos realizados nas quatro unidades de Caps do município no primeiro semestre deste ano.
Ao se comparar com o mesmo período do ano passado, quando foram prestados 32.096 atendimentos, nota-se queda, contudo, a secretaria lembra que, desde o início da pandemia, os atendimentos na modalidade de grupos foram suspensos, visando evitar aglomerações nas unidades como prevenção quanto à disseminação do vírus. “Porém, as ações e orientações remotas cresceram significativamente neste período de pandemia”, expõe a pasta.
Enquanto serviço especializado, os Caps têm importância fundamental nesse momento de pandemia para os adoecimentos psíquicos graves e persistentes, que necessitam de suporte ampliado em saúde mental, com equipe interdisciplinar, pautado na atenção psicossocial. 
“É interessante entender que estamos nos quatro primeiros meses desde o início da pandemia e os adoecimentos que podem ter começado devido aos desdobramentos dela estão em desenvolvimento inicial, podendo ser atendidos na atenção básica, além da possibilidade do trabalho preventivo em saúde mental também realizado pela atenção básica.  Pretendemos minimizar esses impactos relacionados à saúde mental, tanto da população como também dos profissionais da saúde do município”, acentua a Sesau. 

Cuidados nos atendimentos

Como já mencionado, desde o início da pandemia, por orientação do Plano de Contingência Municipal para o distanciamento social, as unidades de Caps e UBS suspenderam os atendimentos em grupo. Priorizando inicialmente a forma de monitoramento remoto e, atualmente, devido à necessidade de alguns casos, se o atendimento presencial for necessário, agenda-se o horário pensando em evitar aglomerações.
“Os cuidados são diversos para a proteção de pacientes, familiares e profissionais de saúde, como higienização constante, avaliação de pacientes e acompanhantes ao ingressar na unidade, uso de álcool em gel, máscaras, distanciamento, uso de EPIs [equipamentos de proteção individual], com orientações constantes a todos”, informa a Sesau.
Os serviços se colocam à disposição para que os pacientes que tenham a necessidade de escuta possam ligar, pois sempre há um técnico de plantão que pode realizar o acolhimento. Além disso, os técnicos de referência fazem o monitoramento do caso via remota e presencial (caso seja avaliada a necessidade). As visitas domiciliares que se fizerem necessárias são realizadas com as devidas proteções com EPIs e distanciamento. 
Ainda são realizadas diversas ações e atividades remotas, desde o atendimento e orientações aos pacientes, capacitações e reuniões com DRS (Departamento Regional da Saúde) 11, TJ (Tribunal de Justiça), Conselho Tutelar e outras Políticas Públicas para discussão de casos e reuniões com os Conselhos de Direitos, entre outros. 

SAIBA MAIS

Em que casos a pessoa deve procurar o Caps?  
Os Caps fazem parte de uma Raps do município, com vários dispositivos que também realizam o atendimento em saúde mental, incluindo equipes de saúde mental em UBS. Casos mais leves, com início recente dos sintomas, geralmente podem ser acolhidos nessas unidades. 
Os Caps prestam o atendimento à criança, adolescente e adultos:
* em situação de sofrimento psíquico (transtorno) grave e persistente, geralmente com histórico de tratamento e que o adoecimento esteja comprometendo a funcionalidade da pessoa e suas relações, além de risco de suicídio;
* em situação de sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas, mediante a consciência e decisão voluntária de receber cuidados multiprofissionais para o rompimento do uso de drogas lícitas e ilícitas, bem como substâncias psicoativas.    

SERVIÇO
Caso a pessoa queira/necessite de um acompanhamento em saúde mental, pode procurar sua UBS/ESF (Estratégia de Saúde Familiar) de referência, em Prudente, e/ou um dos Caps para que seja feito um acolhimento.
- Caps AD III - Álcool e Drogas - (adultos) – Rua dos Ipês Roxo, 490, Cohab 
Telefone: (18) 3907-6753;
- Caps Infantil II - (criança e adolescentes até 17 anos e 11 meses) - Rua dos Ipês Roxo,- 490-A, Cohab 
Telefone: (18) 3907-4453;
- Caps II Maracanã (transtorno adulto) - Rua Júlio Peruche, 725, Jardim Maracanã
Telefone (18) 3221-7078;
- Caps III Ana Jacinta (transtorno adulto) - Avenida José Zerial s/nº, Conjunto Habitacional Ana Jacinta (18) 3909-1030.

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