Saúde nega necessidade de pronto-socorro municipal

Pedido de instalação de unidade de atendimento de emergência foi anunciado pelo CMS de Prudente, em reunião realizada com representantes da pasta municipal, na noite de quarta-feira

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 27/01/2017
Horário 09:04


O presidente do CMS (Conselho Municipal de Saúde) de Presidente Prudente, Valdinei Wanderley da Silva, informa que vai solicitar à Prefeitura a construção de um pronto-socorro municipal na cidade. Além disso, pontua que também vai pedir ao Executivo, urgência no funcionamento da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da zona norte, atualmente em construção. Declara que tais medidas são necessárias para que a administração municipal possa atender toda a demanda no que diz respeito aos atendimentos clínicos. Tais assuntos foram tratados na noite de anteontem, em reunião do conselho com representantes da Secretaria Municipal de Saúde, que descartou a possibilidade de instalação de uma unidade de atendimento de emergência. Um novo encontro é previsto para meados de fevereiro.

Jornal O Imparcial Reunião do conselho com representantes da secretaria tratou vários assuntos de saúde

Segundo Vanderlei, na reunião, a entidade voltou a afirmar que é contra o sistema de assistência referenciada implantado no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo em setembro do ano passado. Isso porque, por meio do novo projeto, a instituição passou a atender somente os pacientes levados por equipes de emergência, enquanto os casos simples e de baixa complexidade foram revertidos às UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e ESFs (Estratégias de Saúde da Família), UPAs e unidades 24 horas dos 45 municípios de abrangência do DRS-11 (Departamento Regional de Saúde).

"No entanto, o que está ocorrendo é que, enquanto a UPA do Conjunto Habitacional Ana Jacinta atende 350 pessoas diariamente, o HR está às moscas, atende três, quatro pessoas, por dia. Sei o quanto a população está sofrendo. Então, vamos contestar esta situação", ressalta Vanderlei. "Vamos mostrar que o município errou ao se dizer pronto para assumir esses atendimentos, pois hoje, além dos 220 mil moradores de Prudente, estamos atendendo os 45 municípios, mais a população carcerária", complementa.

Como noticiado neste diário, em novembro de 2016, o CMS encaminhou um ofício à Secretaria de Estado da Saúde pedindo que os atendimentos a toda população fossem retomados imediatamente, alegando que a priorização pelo HR dos casos de média e alta complexidade, considerados graves ou gravíssimos, estariam prejudicando a comunidade. Sobre o documento, Valdinei contou que o secretário estadual, David Everson Uip, respondeu o ofício informando que a mudança foi devidamente discutida com 45 secretarias municipais de Saúde da região, MPE (Ministério Público Estadual), Defensoria Pública, entre outras entidades. "Porém, nestas discussões entre os órgãos envolvidos, o CMS não estava. O secretário ainda apontou que a alteração foi feita depois que o município se disse ‘pronto’, mas isso é uma inverdade, pois o município ainda não pode caminhar com as próprias pernas", frisa.

 

Nova UPA


Sobre a instalação de um pronto-socorro municipal na cidade, o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, diz que esta é uma sugestão inédita, no entanto, tal possibilidade é descartada pela pasta. "Respeito a postura do CMS, mas não concordo. Aumentou a demanda, mas com a nova UPA e os atendimentos nos postos de saúde, não vejo a necessidade de um pronto-socorro municipal. As unidades que temos aqui dão conta da demanda, então, essa possibilidade, por enquanto, está fora de cogitação", destaca.

Promove que a construção da UPA da zona norte será finalizada em 30 dias e que já se encontra no Departamento de Compras o pedido de abertura de licitação para compra de equipamentos para a unidade de atendimento. "Agora vamos definir como será feita a contratação dos profissionais que vão trabalhar lá", comenta Valmir.

Quanto à demanda abraçada pela UPA do Ana Jacinta, o secretário de Saúde confirma que são cerca de 350 atendimentos diários, número que está dentro do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde. Expõe que, na unidade, são quatro médicos que atuam das 7h às 19h, três no período das 19h às 23h e outros dois das 23h às 7h, quando a procura é menor.

 
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