Sem-terra recua em invasões no Janeiro Quente

Segundo representante no Pontal, única ação programada pelo movimento ocorre na capital, no dia do julgamento de Lula

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 20/01/2018
Horário 13:31

Diferente do planejado e noticiado na primeira semana deste ano, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) não promoveu protestos e invasões em fazendas e órgãos públicos dentro do Janeiro Quente. Mesmo sem data prevista, o mês, segundo a militância, seria marcado por ações em oposição à política de reforma agrária e para formalização das áreas para os trabalhadores do campo. Ontem, o membro do grupo no Pontal do Paranapanema, José Viana Oliveira, disse que a única ação programada será no dia 24, na capital, data prevista para julgamento do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

A morosidade no repasse e formalização das áreas agrárias são motivos de invasões por meio dos movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e, não obstante, o oeste paulista segue a tendência nacional. Para este início de ano, porém, houve recuo das invasões. O membro do grupo do Pontal do Paranapanema esclarece que este tem sido um ano atípico e sem grandes atos para a região. “É fato que sem luta não vamos conseguir nada, mas no momento não temos nada previsto além da manifestação na capital”.

Em 2017, o MST chegou a mencionar que parte das atividades que contemplavam o Janeiro Quente era a militância por áreas entre as cidades de Marabá Paulista e Mirante do Paranapanema. Terras, como por exemplo, da antiga Fazenda Nazaré, mas hoje o Assentamento Estadual Governador André Franco Montoro. Conforme José, dentre os motivos para a não realização de novos atos está a efetivação do assentamento. A FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), que também promove ações neste período, não foi localizada pela reportagem.

 

É fato que sem luta não vamos conseguir nada, mas no momento não temos nada previsto além do evento na capital paulista

José Viana Oliveira,

MEMBRO DO MST

 

Maior assentamento

De acordo com o que já foi noticiado por este diário, no final de outubro do ano passado a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio da Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), implantou na Fazenda Nazaré o Assentamento Estadual Governador André Franco Montoro, para abrigar 235 famílias em 4.643 hectares de terra. Na época, o secretário da pasta, Márcio Fernando Elias Rosa, chegou a dizer que se tratava do maior assentamento feito pelo Estado de São Paulo em número de famílias em um só município.

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