Seminário aborda questões climáticas em PP

Conforme estudo apresentado na FCT/Unesp, em Prudente, temperatura na zona urbana é até 7°C maior do que no campo

PRUDENTE - Oslaine Silva

Data 20/05/2014
Horário 08:28

 


O aumento na implantação de conjuntos habitacionais populares na área urbana de Presidente Prudente influencia diretamente nas condições climáticas locais. Esta foi a constatação de estudo realizado pela professora doutora da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologias/Universidade Estadual Paulista), Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim. O tema "O Clima Urbano de Presidente Prudente" também foi defendido na tese de doutorado da docente, em 2000. Ainda segundo a professora, ao se comparar a temperatura entre residências da área urbana, com diferentes tipos de solo, pode-se afirmar que a cidade gera um total maior de calor de até 7°C se comparado ao campo.

Jornal O Imparcial Pereira vê seminário como um peso a mais em sua formação

De acordo com a pesquisa, em relação aos conjuntos habitacionais, o problema está atrelado ao fato de os terrenos serem pequenos e, consequentemente, as casas construídas muito próximas umas das outras, o que dificulta a arborização suficiente, favorecendo o aumento da temperatura. Além disso, segundo o estudo, "muitas unidades" são construídas com materiais que colaboram para elevação da sensação térmica interna, como telhas de amianto, por exemplo.

O assunto foi abordado ontem, durante o 2°  Seminário de Climatologia Urbana, promovido pelo Gaia (Grupo de Pesquisa Interações na Superfície, Água e Atmosfera), na linha de pesquisa em Clima Urbano. Conforme Amorim, comparando a temperatura entre residências da área urbana, com diferentes tipos de solo, pode-se afirmar que a cidade gera um total maior de calor comparado ao campo. "Aqui em Prudente há sempre uma elevação da ilhas de calor de 6ºC a 7ºC", expõe. Ela cita a mata do Furquim e o Parque do Povo como locais arborizados, onde a sensação térmica é "saudável e agradável".

 

Participantes


O evento, que segue até o dia 25, conta com a participação de especialistas, como João Lima Sant´Anna Neto (organizador) e convidados especiais, entre eles, Felipe Fernandez Garcia, da Universidade Autônoma de Madrid, na Espanha, e Vincent Dubreuil, da Université Rennes 2, na França. "Este é um momento muito importante para nós, estudantes. Pelos debates e discussões descobrimos um meio de pelo menos amenizar questões climáticas tão elevadas ultimamente. O seminário é um peso a mais em nossa formação", destaca o estudante de Geografia, Gabriel Aparecido Gomes Pereira, 20.

Para Vinícius Carmello, 26, doutor em Geografia, este evento que engloba graduandos, mestrandos e doutorandos permite uma proposta ímpar para trocar experiências. "O intercâmbio acontece e com essa união e experiência, percebemos que em nada estamos atrás dos países desenvolvidos, em termos de estudos e pesquisas. Tive o privilégio de estar na Rennes", acentua.

 

Evento


Ontem, cerca de 80 participantes estiveram no evento. Durante os seminários serão explanadas as análises da estrutura térmica de 14 cidades. Em debate, alunos e estudiosos refletiram e discutiram sobre os desafios da construção de uma metodologia para os estudos do clima urbano em cidades de pequeno e médio portes.
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