Seminário discute sobre violência na escola

Bullying, cyberbullying, discriminação, exclusão, entre outros temas, foram abordados durante o evento, ontem, em Prudente

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 28/03/2015
Horário 07:51
 

Orientar, informar, prevenir e combater atitudes de violência nas escolas. Estes foram os itens abordados durante o 1º Seminário de Protagonismo: Por uma cultura de paz e promoção da saúde. O objetivo do encontro foi abordar e discutir com os presentes – alunos, professores, representantes das secretarias de Educação, entre outros membros de associações –, as situações de bullying, cyberbullying, discriminação, exclusão, entre outros temas, que ocorrem no cotidiano dos estudantes. O evento ocorreu ontem, das 8h às 17h, no Anfiteatro da Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, e reuniu cerca de 215 pessoas, entre adolescentes, jovens e adultos.

Jornal O Imparcial 215 pessoas participaram do seminário, na Diretoria de Ensino

Segundo a supervisora regional do projeto "Ações Preventivas na Escola", Sonaira Fortunato, o encontro foi direcionado principalmente aos estudantes – na sua maioria representantes dos grêmios estudantis – para que estes propaguem as ações e informações adquiridas no encontro para os demais colegas na escola.  "Uma forma de incentivar que eles mesmos multipliquem os assuntos e temas relacionados a algum tipo de violência dentro da escola, entre os amigos para, com isso, combater e inibir as práticas de bullying, por exemplo", explica.

A assistente social e uma das palestrantes do evento, Gisele Dayane Milani, diz que o quanto antes as crianças e adolescentes souberem o que é o fenômeno da violência, como a identificar e ter consciência onde buscar ajuda, será essencial para mudar o cenário de violência, seja dentro da escola, em casa ou na comunidade. "São iniciativas como a do encontro que dão suporte para ‘combater’ a violência", frisa.

Presente no encontro, a coordenadora de gestão pedagógica da Seduc (Secretaria Municipal de Educação), de Presidente Prudente, Vera Lucia Fioravante Cavalli, diz que é de suma importância promover encontros como o do seminário, ainda mais envolvendo os alunos. "Às vezes, mesmo com toda nossa experiência, não conseguimos atingir os jovens da mesma forma que eles, através da linguagem da idade, conseguem", acrescenta.

 

Repassando o aprendizado


Os estudantes presentes tinham um compromisso: retransmitir as informações e conteúdos apresentados durante o encontro – que foi propagado pelos organizadores através de dinâmicas, jogos, oficinas, palestra, entre outras atividades – para os demais colegas de escola.

A estudante Viviany Chrysley Ferreira da Silva, 14, pontua a necessidade de debater sobre violência em todos os segmentos da sociedade. Ela conta que já presenciou casos de violência na escola e, por isso, sabe da importância em conversar com os amigos a respeito. "O que aprendemos aqui vamos transmitir para os colegas. É uma forma de conscientizar a todos", esclarece.

Este mesmo posicionamento foi tomado pela aluna Ana Beatriz Junqueira, 14. Ela diz que onde estuda já houve atitudes de violência, mas que, após palestras abordando o tema, o número de ocorrências "diminuiu bastante". "É importante discutir sobre o assunto e promover iniciativas que combatam os casos", atenta.

"Já vi pessoas sofrerem bullying por causa do peso, da aparência, da cor da pele. É algo que deixa a pessoa triste, que faz sofrer, faz mal". Esta foi a afirmação da adolescente Maria Xavier Bezerra, 14. A estudante afirma que o que aprender no encontro vai repassar para os demais alunos da escola onde estuda, como forma de prevenir e combater a violência.

O estudante Kennedy Wagner dos Santos Silva, 15, sabe bem o que é ser alvo de preconceito e "brincadeiras" consideradas bullying. Isso iniciou, segundo Silva, após o aluno começar a fazer aulas de balé clássico. "Comecei 8 anos e sofri muito preconceito", afirma. A situação foi mudando, de acordo com o bailarino, após o adolescente conquistar uma bolsa profissional de dança. "Hoje posso dizer que o preconceito acabou de vez", comenta.
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