Servidores inativos buscam auxílio da Assistência Social

Após o corte do tíquete-alimentação no ano passado e morosidade nas negociações, aposentados e pensionistas da Prefeitura de Prudente se cadastram na pasta em busca de cesta básica

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 11/03/2017
Horário 08:56


Os aposentados e pensionistas da Prefeitura de Presidente Prudente que estão sem o auxílio-alimentação desde o ano passado, por determinação judicial que considerou o benefício inconstitucional, fizeram cadastro na SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) para receber cestas básicas em um mutirão de cadastramento mobilizado pelo Sintrapp (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região).

Jornal O Imparcial
Sintrapp mobilizou mutirão de cadastramento dos servidores inativos de Prudente

Em um primeiro momento após o fim do benefício, o Sintrapp promoveu uma campanha de arrecadação de alimentos para montar cestas básicas e entregar aos idosos em situação mais crítica, que passavam necessidade com o fim do tíquete. "Mas como as negociações não estão avançado, orientamos os servidores a procurarem a Assistência Social, pois vimos que não seria possível trazer esse socorro imediato todo mês, já que não conseguiríamos doações suficientes", explica a secretária-geral do sindicato, Luciane Telles.

Isso porque, nessa semana, a Seajur (Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos e Legislativos) deu um parecer desfavorável à concessão de abono aos servidores inativos. Para a secretária, esse cadastramento também serve como mais uma ferramenta para motivar o Executivo a apresentar uma proposta ao sindicato, ao se ver obrigado a arcar com o auxílio de todos os idosos em situação de vulnerabilidade por conta da perda do auxílio.

Para conseguir assistência, eles precisam estar dentro dos critérios exigidos pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social), com renda per capita de um quarto de salário mínimo e estando em situação de vulnerabilidade. Os pretensos beneficiários deverão passar ainda pelo critério de avaliação técnica de psicólogos e assistência social para poder receber auxílios e benefícios sociais.

Desde às 8h de ontem, os aposentados e pensionistas já começaram a se reunir na sede da pasta municipal com a documentação pessoal necessária para a obtenção do auxílio. Um dos primeiros a chegar foi José Nunes, que aos seus 79 anos se viu obrigado a pegar "bicos" como servente de obras. "Eu sofro com hérnia de disco, mas mesmo assim preciso ajudar em casa, porque tenho um filho de 30 anos, que vive comigo e é doente", explica.

Domingos José Macedo, 61 anos, também procurou a ajuda da Assistência Social por gastar mensalmente R$ 300 em medicação para problemas cardiovasculares, remédios que não são fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). "O dinheiro que eu ganho hoje não tá dando nem para pagar as contas", lamenta.

E o desejo geral entre os servidores inativos é um: de que as negociações com o Executivo avancem com rapidez para a reposição de suas perdas salariais. "Estão demorando demais para resolver o nosso problema, sendo que já solucionaram a situação dos ativos e dos comissionados faz tempo", reivindica Sebastião Antônio Paes, 63 anos, enquanto se cadastrava para receber uma cesta básica.

 
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