Sexta-Feira Santa aquece em até 200% a venda de peixes

Aumento na verdade ocorre durante toda a Quaresma; com preços salgados do bacalhau, consumidores substituem produto por similares e outros alimentos

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 15/04/2022
Horário 08:03
Foto: Freepik
Pela tradição, cristãos costumam consumir peixes na Semana Santa
Pela tradição, cristãos costumam consumir peixes na Semana Santa

Com a proximidade da Sexta-Feira Santa, data em que muitos fiéis evitam comer carne vermelha, cresce ainda mais a procura por pescados em geral, como sardinhas frescas congeladas ou enlatadas, atum, postas ou filezinhos de merluza em peixarias e supermercados de Presidente Prudente. Como expuseram na edição de ontem o gerente do Supermercados Avenida, João Luis Nicolosi Gasparino, e o responsável pelo marketing dos  Supermercados Estrela, Edivaldo Peruzo. E hoje, Cynthia Rossane Russi Mendes, proprietária do Santo Peixe Empório e Peixaria, reforça a informação. “Temos um aumento significativo neste período comparando com os demais meses, porque comer peixe na Semana Santa é tradição para muitas famílias. Desde a semana que antecede até amanhã [hoje], a Sexta-Feira Santa, vendemos até 200% a mais”, expõe Cynthia, ressaltando que, na verdade, durante toda a Quaresma, o consumo de peixe aumenta de forma significativa, aquecendo e impulsionando as vendas nas peixarias.
E segundo ela, neste ano, com muitas famílias voltando a se reunir após a vacinação contra a Covid-19, a expectativa é de aumento significativo nas vendas até o Domingo de Páscoa, referente ao ano passado.
“Mesmo com os preços mais salgados, posso assegurar que o bacalhau é o pescado mais procurado, mas o salmão também divide a atenção dos clientes, que encontram o bacalhau Gadus Mohua salgado e dessalgado no valor de R$ 179,90 o quilo e o Saith dessalgado a R$ 117,90 o kg”, expõe a comerciante.

Os proprietários Cynthia e Wilson com a equipe do Santo Peixe Empório e Peixaria

O dia é santo

Mas, ainda assim, com as dificuldades do período econômico, neste ano até mesmo este setor não será o mesmo em muitas mesas. Quer seja a pessoa de aquisição melhor ou inferior. E na verdade, o significado deste dia vai muito além de comer bacalhau. É o que comenta a dona de casa, católica fervorosa, Maria José de Paiva Alves, mais conhecida por Paxão, por todos que a conhecem.
“Nossa Sexta-Feira Santa, minha e do meu Benzoca [risos] – [é assim que nos chamamos], não terá bacalhau. Está muito caro. Um filezinho de tilápia, uma abobrinha batidinha colhida do meu próprio quintal, batata-doce fritinha, uma saladinha verde e está ótimo. Fazemos uma oração, entregamos nosso jejum e é isso que precisamos. Não é necessário um banquete para a Sexta-Feira Santa”, ressalta Paxão, esposa do bombeiro aposentado Aparecido.

Foto: Cedida

Abobrinha verdinha, colhida por Paxão no próprio quintal, fará parte do delicioso almoço dela e do seu Benzoca

Sua sobrinha, a assistente social Lucilene Pereira Nicoluci, também mantém a tradição de suspender a carne vermelha nas Sextas-Feiras Santas, desde criança. “Fui criada desde sempre com esse respeito. Nem sempre foi bacalhau, mas neste dia santo com certeza sempre tivemos à nossa mesa o peixe. Hoje tenho a possibilidade de comprar o bacalhau, e neste dia juntamos a família no almoço, não com o objetivo de festa, pois não é, mas de união, assim como em um velório de quem amamos, com todos juntos. Este dia tem o mesmo significado para mim!”, exclama Lucilene.

Fotos: Cedidas

Sexta-Feira Santa em família: Lucilene, o esposo Marcelo e os filhos João Marcelo e Luíza

Foto: O Imparcial


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