Similaridades entre os ataques a escolas, no Brasil e nos EUA

OPINIÃO - Alexandre Fontolan

Data 07/04/2023
Horário 05:30

Quase que simultaneamente, infelizmente fomos surpreendidos por dois ataques em escolas causadas por agressores ativos, um nos EUA em Nashville e outro aqui no Brasil em São Paulo, em ambos alguns fatos são similares.
Inicialmente, os agressores tinham familiaridade com o local, um estudava (Brasil) e outro estudou (EUA) nas escolas atacadas. A segunda similaridade é a de que, ambos, teriam como motivo o bulling que sofreram de outros alunos.
Em terceiro, ambos planejaram seus ataques há muito tempo, tendo identificado locais e pessoas que iriam ser suas vítimas. A quarta similaridade é que os ataques foram inspirados em outros já ocorridos, no caso do registrado em São Paulo o agressor disse que se inspirou no ataque a escola de Suzano (2019), enquanto que o agressor americano diz ter se inspirado no ataque a escola de Columbine (1999).
As coincidências param por aí, pois a maneira como os EUA lidam com este problema é bem diferente de como lidamos aqui no Brasil.
Tive a oportunidade de residir nos EUA e conheço a seriedade com que as autoridades americanas tratam a prevenção desses ataques de atiradores ativos (esta é a denominação nos EUA), desde o policiamento preventivo nas escolas até os constantes treinamentos de Lockdown das regras "Run, Hide and Fight" (correr, esconder e lutar).
Resumidamente, o treinamento diz que, em ações com agressores ativos, a primeira ação que devemos a dotar é a de “correr” e se afastar rapidamente do local, buscando por saídas normais e de emergência.
A segunda ação, em caso de não haver possibilidade de fuga, é a de se esconder em locais fechados, trancar as portas e bloquear o acesso com mesas, cadeiras e armários, apagar as luzes, tirar o som do celular e manter-se em silêncio.
Por fim, a terceira, última e mais perigosa de todas, é a de “lutar” contra o agressor em caso de não haver a possibilidade de correr ou esconder-se.
Aqui no Brasil, ao contrário, em alguns poucos dias, a imprensa e as autoridades terão outros assuntos a tratar e esquecerão este fato, ficando as iniciativas restritas a alguns órgãos de proteção, como a Polícia Militar do Estado de São Paulo, que já inicia um trabalho de prevenção baseado no modelo americano.

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