Síndrome do cuidador (Parte 1)

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 10/05/2023
Horário 05:00

Muitos nunca ouviram sobre o que é síndrome do cuidador. Você já ouviu?
Todos sabemos que a população está envelhecendo, e rápido. Especialmente, na terceira idade, surgem quase inúmeras situações decorrentes do processo de envelhecimento.
São as dificuldades em ver e ouvir, as dores articulares, a pressão alta, o diabetes e as situações mais graves como quadro de derrame cerebral e as doenças demenciais.
Assim, a perda de autonomia e as limitações funcionais do idoso levarão aos poucos incapacidade de tomarem conta de si próprio e chegando um momento em que familiares terão que ajudá-los.
Ocorre que nem sempre familiares possuem condições financeiras que possibilitem contratar cuidadores de idosos, o que forçosamente irá recair sobre membros do lar, como os filhos, os netos, noras ou genros.
Em primeiro lugar, sabemos que ocorre falta de conhecimento entre os familiares, sobre as alterações do envelhecimento e das doenças que estes idosos apresentam. Em segundo, é sabido cuidador de idoso é muito exigente, uma tarefa de extenuante, é desafiador, sendo um trabalho de tempo integral levando ao surgimento frequente de um desgaste físico e mental dos cuidadores, o que pode levar à chamada síndrome do cuidador.
A síndrome do cuidador ocorre quando a dedicação dos familiares ou cuidadores externos supera certos limites, levando ao esgotamento físico e psicológico e ao surgimento do stress. Aos poucos, o cuidador transforma a sua vida na do doente e os problemas dele nos seus.
Só o fato de assumir responsabilidade em cuidar de alguém dependente já poderá trazer uma grande ansiedade. Essa responsabilidade transforma-se num trabalho de 24 horas, obrigando muitas vezes ao abandono temporário ou definitivo da profissão, com poucos ou quase nenhuns momentos de folga, levando ao isolamento social, aumentando ainda mais a probabilidade de desgaste extremo.
O que é mais grave é que poderá existir a sensação em que o cuidado assume um sentimento de culpa quando não o faz. Tornando-se muitas vezes incapaz de delegar a terceiros a responsabilidade de cuidar do seu familiar.
Desgaste físico e psicológico podem levar a distúrbios do sono, transtornos de ansiedade e muitas vezes quadro de depressão com nítida perda progressiva da autoestima.  Mudança do humor também ocorre tornando-se mais susceptível a comportamentos impulsivos e irritável, afetando suas relações sociais e pessoais.
No primeiro momento era para ajudar, agora tudo isto prejudica tanto o cuidador quanto o paciente, podendo criar-se mesmo uma má relação entre ambos, dificultando ainda mais a prestação de cuidados.

Publicidade

Veja também