Solidarizar-se com a dor do próximo é construir uma sociedade mais empática

EDITORIAL -

Data 05/04/2019
Horário 04:00

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que metade de todas as condições de saúde mental aparece aos 14 anos de idade, no entanto, a maioria dos casos não recebe diagnóstico ou tratamento. Mundialmente, a depressão é uma das principais responsáveis pela incapacidade entre adolescentes, sendo o suicídio a terceira maior causa de morte entre pessoas de 15 a 19 anos. Em meio a este cenário preocupante, são dignas de elogio as iniciativas realizadas por instituições públicas e privadas com o objetivo de contribuir para a saúde mental da juventude e impedir que problemas de ordem psicológica e emocional afetem o seu bem-estar, seu desenvolvimento pessoal e profissional, a sua vivência no meio social e, inclusive, suas perspectivas de vida.

Um desses exemplos é o projeto “Anjos da Unoeste”, cujo lançamento ocorreu ontem, no Teatro César Cava da universidade. De acordo com a instituição, a medida vem ao encontro das ações de prevenção ao suicídio, haja vista que capacitará a própria comunidade acadêmica para realizar atendimentos humanizados aos colegas, seja de dentro ou fora da universidade. Para isso, serão feitos encontros mensais, conduzidos por docentes, onde haverá a promoção do diálogo entre os estudantes voluntários para assuntos ligados às emoções e histórias de vida.

Criar uma rede que permita que pessoas se solidarizem com a dor, as aflições e as angústias do próximo é contribuir para uma sociedade mais empática, disposta a se colocar no lugar do outro, ajudá-lo a superar seus anseios e perturbações e promover a sua qualidade de vida. Num mundo cada vez mais sobrecarregado de informações, responsabilidades e pressões sociais, a depressão não pode ser minimizada ou subestimada, mas compreendida. E o melhor caminho para isso é a conscientização e a capacitação. O diálogo é uma das formas mais simples de impedir que as pessoas se afundem na própria ansiedade ou melancolia e condenem suas vidas por causa disso. O interesse de prestar esse apoio e amparo pode ser promovido em todos os ambientes, seja dentro de casa, fora dela, na universidade, na igreja, enfim, na comunidade em geral. Assim, construiremos uma sociedade mais compreensiva e harmônica.

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