A poucos dias do Natal, os estabelecimentos comerciais esperam aumentar as vendas a partir de hoje. Nos supermercados, a expectativa é que até domingo a procura aumente em até 15% em relação a dezembro do ano anterior. O número é tímido, mas, conforme os gerentes ouvidos, significativo, tendo em vista que, embora estável, o segmento ainda lida com os reflexos da crise econômica.

O gerente da unidade do Jardim Bongiovani dos Supermercados Estrela, Iremar Cordeiro Nanso, estima um crescimento de 15% para a vendagem de dezembro e expõe que os preços devem seguir os mesmos do final do ano anterior. "Não houve muita diferença. Muitas pessoas têm deixado as compras para a última hora pensando que os mercados vão abaixar os preços, mas isso não deve ocorrer, pois já estamos trabalhando com uma margem menor", afirma.

Panetone, como de praxe, é popular entre os clientes

Segundo Iremar, o que tem se visto muito é a pesquisa de preços. "Até o momento, o cliente tem priorizado visitar as lojas para saber o que está saindo mais em conta", comenta. Ele acredita que, com a emissão do 13º salário, as vendas devem aquecer a partir de hoje e, entre os produtos mais buscados, vão estar as aves e o clássico panetone.

A situação é semelhante nos Supermercados Nagai, onde, conforme o proprietário Antônio Nagai, a procura deve elevar-se de 5% a 10%. "No começo, é comum registrarmos um movimento menor, mas agora, na última semana, as vendas passam a crescer. Provavelmente neste ano o aumento seja baixo, porque o Natal cai num domingo, o que configura uma semana normal para as lojas", avalia. Os produtos de época, entre verduras e legumes, carnes e bebidas, são os mais procurados no Nagai neste período.

O gerente do Supermercado Avenida, Joelson Tonietti, por sua vez, indica que, de hoje até sábado, a comercialização de aves, vinhos e sidras deve aumentar de 5% a 8%; os panetones, de 10% a 15%; e a cerveja, 20%. "Por aqui, a procura está estável e começa a ganhar força. Neste ano, como é de costume, o panetone vai ser o produto popular", pontua.

 

Economia

A odontologista Liane Tiezzi decidiu ir ao supermercado na manhã de ontem, com a finalidade de adiantar as compras para a ceia de Natal, mas precisou controlar os gastos, pois sentiu diferença nos valores em relação aos do ano passado. "Na verdade, senti essa elevação dos preços ao longo do ano inteiro", ressalta. Apesar disso, ela não deixou de fora do carrinho os tradicionais: peru, lombo, pernil, refrigerante e cerveja.

A doméstica Antonia Pereira da Silva Saraiva, 83 anos, também apertou os bolsos e decidiu comprar o mais básico. "Por conta do orçamento baixo, estou levando frutas e chocolate. E, claro, o panetone, que não pode ficar de fora", conta. A coordenadora pedagógica Jussara Oliveti, 47 anos, por sua vez, não sentiu variação nos preços em relação a dezembro do ano passado, mas denota que são "altos". "Vou levar frutas secas, pernil, tender e, neste ano, a bebida vai ser suco", lista.