Suspeito de agredir animal alega que batia garrafa no chão 

Militares chegaram até ele através de telefonemas e vídeos veiculados nas redes sociais

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 27/01/2022
Horário 20:02
Foto: Reprodução 
Homem diz que desferiu golpe com garrafa pet vazia contra o chão, não atingindo o animal
Homem diz que desferiu golpe com garrafa pet vazia contra o chão, não atingindo o animal

O homem suspeito de agredir um cachorro nesta quarta-feira, em Presidente Prudente, alegou que mora perto de uma avenida muito movimentada e bateu com a garrafa pet no chão para que o cachorro parasse de tentar escapar, e não corresse o risco de ser atropelado. Ele defende ainda que não houve agressão ao cão, pois nem mesmo a Polícia Militar Ambiental constatou traumas no animal. Acrescenta que, por conta do vídeo veiculado nas redes sociais, tem recebido ameaças.
À reportagem, o homem, que prefere não se identificar, disse que sua mãe precisou ficar 10 dias fora de sua residência, e seu cachorro, um shih-tzu com idade de 10 meses a 1 ano, ficou aos seus cuidados. “No primeiro dia em casa, ele ficou em uma área nos fundos do quintal, porém, ficou chorando, porque queria ficar com meus dois cachorros na frente de casa”, detalhou. 
Na sequência, enfatizou que, ainda nos primeiros dias, o animal não saía da casa quando abria o portão eletrônico, e, quando saía, se dirigia até à calçada e voltava. Contudo, relata que, no decorrer dos dias, o animal passou a aproveitar a oportunidade para abrir fuga da residência. “No dia que houve a suposta agressão, ele fugiu de casa três vezes. Ele saía, minha esposa corria atrás dele e voltava com ele no colo para dentro de casa”, detalhou. 
“Nesse dia, eu peguei meu cachorro que estava saindo junto com ele, bati umas duas vezes com a garrafa pet no chão para ele entender que não era para sair de casa. Aí peguei o outro cachorro [de posse de sua mãe] e bati com a garra pet no chão. Se pausar o vídeo da para ver que o cachorro não está totalmente deitado, ele está com a cabeça para cima e eu estou batendo no chão para fazer barulho para ele não sair mais, e, por consequência, correr o risco de ser atropelado”. 
O homem também relata que, após denúncias e vídeos veiculados nas redes sociais, a Polícia Militar foi até sua residência. Na ocasião, ele conta que mostrou a garrafa pet utilizada por ele, e permitiu que os policiais vissem os animais. Ele também foi instruído para, em caso de ameaças, ir à delegacia fazer um boletim de ocorrência, uma vez que o caso ocorrido seria tratado em outras instâncias.
A Polícia Militar Ambiental, segundo o homem de 41 anos, também foi até sua residência, averiguou a situação, “constatou que os animais não tinham maus-tratos”, mas precisou recolher o cão e aplicar o Auto de Infração Ambiental. “Eu reconstituí o caso para o policial e mostrei a garrafa. Com a força que eu bati no chão, se tivesse pego a garrafa no cachorro, eu teria matado ou machucado ele, e não era essa a intenção. Eu tinha intenção de assustá-lo para que ele não fosse mais para rua”, disse o homem. “Eu estou disposto a esclarecer todos os fatos”, acrescentou.

Configuram maus-tratos

A reportagem conversou com o capitão-PM Julio César Cacciari de Moura, comandante da 3ª Companhia de Policiamento Ambiental, o qual reforçou que questões de maus-tratos não se vinculam unicamente às condições físicas do animal. “Situações como causar estresse ao animal ou abandoná-lo não deixam aparente quaisquer tipos de lesões”, explica. “Deixar o animal em local insalubre ou em espaço insuficiente também são condutas que configuram maus-tratos”, acrescenta.
Sobre o caso registrado nesta quarta-feira, o capitão detalha que foi elaborado Auto de Infração Ambiental pela prática de maus-tratos, além de ser encaminhada uma abertura de inquérito criminal pelo previsto na Lei 9605/98. “O animal foi apreendido e depositado para a tutora original [mãe do infrator]. Foram dadas orientações sobre cuidado animal e saúde animal ao infrator, principalmente no tocante sobre os outros cães que estão com o tutor”, enfatizou.

Recorde o caso

Na tarde desta quarta-feira, a Polícia Militar Ambiental resgatou um cachorro que estaria sendo vítima de maus-tratos em uma residência no Jardim Everest, em Prudente. Um homem de 41 anos foi notificado com multa no valor de R$ 3 mil após a constatação do crime. Conforme o boletim de ocorrência, uma equipe da Polícia Militar Ambiental seguiu até o bairro após denúncias, que foram recebidas através de telefonemas e vídeos veiculados nas redes sociais, onde “supostamente” um homem estava desferindo golpes com uma garrafa pet em um cachorro. 

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