Tarifas interestaduais têm aumento de 6,98%

O assessor da diretoria da Andorinha, Ângelo Calabretta Neto, diz que o acréscimo tarifário não repõe, por exemplo, a alta do diesel que, de acordo com ele, foi de 13% desde julho de 2012.

REGIÃO - Elaine Soares

Data 03/10/2013
Horário 09:08
 

A partir de hoje, as empresas que realizam transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros estão autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a reajustar suas tarifas em 6,98%. De acordo com o órgão federal, o coeficiente tarifário "vale para as linhas de ônibus de longa distância e não se aplica ao serviço semiurbano de até 75 quilômetros ". Em Presidente Prudente, empresas que atuam no ramo impactado pela decisão publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU) comentam o índice que, apesar de ser maior do que o aumento liberado em 2012, para elas "ainda está abaixo do necessário, visto que as demais despesas foram bem mais incrementadas no período".

Jornal O Imparcial Aumento vale para as linhas de ônibus de longa distância

A agência explica que a porcentagem é calculada com base no reajuste do óleo diesel, no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Sobre ele, incidem impostos e tarifas de pedágio cobradas em rodovias concedidas, para a definição do preço final da passagem paga pelo usuário do serviço", salienta.

O assessor da diretoria da Andorinha, Ângelo Calabretta Neto, diz que o acréscimo tarifário não repõe, por exemplo, a alta do diesel que, de acordo com ele, foi de 13% desde julho de 2012. Conta que neste período também houve um incremento nos gastos com pneu (7%), funcionários (8%) e peças (15%), entre outros. "Na verdade, a tarifa está defasada há tempos, o último reajuste, em julho do ano passado, foi de 2,7%. Mas não podemos fazer nada a não ser cumprir o que o órgão manda", comenta.

Com as alterações autorizadas pela ANTT, na empresa representada por Calabretta Neto, quem antes partia de Prudente para Campo Grande (MS), pagando cerca de R$ 67, agora terá que desembolsar R$ 72,62. Quem vai para o Rio de Janeiro (RJ) não gastará mais R$ 152,24, mas R$ 161,47 o trecho. Para Cuiabá (MT), as passagens passarão de R$ 153,13 para R$ 163,49. "Isto porque a taxa de embarque e o pedágio não subiram", situação que para o gerente comercial da Viação Motta, José Luiz Braiani, não se sustentará por muito tempo. "Acho que não demora muito estas outras taxas aumentam também", coloca.

O gerente ainda comenta que as empresas devem colocar a tarifa em prática sob pena de serem autuadas, no entanto, conta que há a possibilidade de solicitar à ANTT uma autorização para trabalhar com preço promocional, ao invés de praticar os novos valores. "Vamos esperar a movimentação do mercado para decidir como iremos proceder", diz.

 

Passageiros


Enquanto isso, quem viaja de um Estado para outro reclama do fato de ter que dispor de mais dinheiro para efetuar sua viagem. Sentada no banco do Terminal Rodoviário Comendador José Lemes Soares, de Prudente, a aposentada Célia Dias, 69 anos, declarou não concordar com o aumento. "O governo deveria colaborar com as pessoas e não isso. Quantos impostos a gente já paga. Para onde vai todo esse dinheiro? Cada vez ele nos explora mais. Quando melhora em uma coisa, piora na outra", critica a moradora de Nova Friburgo (RJ), que está na cidade para visitar familiares.

O aposentado Otávio Serafim Santana, 67 anos, teve 50% de desconto em sua passagem para Dourados (MS), mas mesmo não pagando o valor cheio em seus bilhetes, reconhece que o acréscimo é "prejudicial". "Para mim já está difícil, imagina para os outros que não têm desconto. Ganho pouco com a minha aposentadoria. Vou ter que viajar menos, o que posso fazer?", lamenta.
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