TEA: história de amor e superação

Hoje é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo; mãe relata o desenvolvimento da filha com transtorno do espectro autista

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 02/04/2021
Horário 04:03
Foto: Weverson Nascimento 
Sara conta com o apoio da família para o tratamento do TEA
Sara conta com o apoio da família para o tratamento do TEA

Hoje, dia 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e, como de costume, diversas ações são realizadas a fim de promover informação à população sobre o TEA (transtorno do espectro autista) e diminuir as ações discriminatórias devido à falta de conhecimento.

A causa do autismo ainda é um desafio para a humanidade, não se sabe ao certo sua origem ou disfunção, o que se sabe é que a luta é diária e constante. Neste dia “Azul”, não poderia deixar de ressaltar a incansável luta de algumas famílias para o bem maior, seus filhos.

Vania Cristina Trevelin Silva teve uma gestação normal até o nascimento de sua filha, Sara Trevelin Silva, em 2011. Aos dois anos, a pequena apresentava dificuldade na fala e na interação social, mas a mãe, até então, não desconfiava do diagnóstico. “Uma pessoa próxima me perguntou por que quando chamava a Sara, ela não atendia. Eu não queria ver o ‘problema’ e nem pensava que era o transtorno do espectro autista”, relembra. 

Diante das situações, Vania decidiu procurar ajuda médica, principalmente por se tratar de uma criança que aos 2 anos ainda não falava.

“A gente que é mãe nunca quer ver um problema no filho”, explica. Mas, após exames e consultas médicas, ela e a família receberam o diagnóstico que apontava a deficiência intelectual de Sara. “Quando a gente recebeu o diagnóstico foi um choque. Não foi fácil! A gente pensa – e agora? O como que vamos fazer?”, conta.

Desenvolvimento multidisciplinar

Assim como acontece em muitas famílias, a busca por ajuda médica é a principal tarefa para o enfrentamento do transtorno. Na sequência é necessário que a pessoa com deficiência seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar para ações voltadas para área terapêutica e educacional, assim como no caso de Sara.

“Ela começou os tratamentos de terapia como fonoaudiologia, psicologia e psicopedagogia. Hoje, a Sara não é alfabetizada, mas já tem noções da parte escolar”, detalha a mãe.
Tais terapias são fundamentais para o desenvolvimento da pessoa com deficiência, e, no caso da criança, a mãe relata que ela já apresenta uma melhora na interação social e na fala, além dos benefícios para a saúde.

“Eu atribuo tudo isso primeiramente a Deus, e aos profissionais que desenvolvem esse trabalho com ela. A Sara nos ensinou o significado do amor sem interesses. Ela é extremamente pura e sensível. Cremos que somos privilegiados em tê-la”, conta Vania. 

Além do zelo da mãe, Sara conta com o apoio e carinho do irmão, Vitor Trevelin Silva, e do pai, Néstor Mariano da Silva.

Atualmente, ela recebe atendimento clínico na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Presidente Prudente, recebe fomento da Fort Sal Nutrição Animal para terapia, e faz equoterapia no Centro de Equoterapia da Sociedade Hípica de Presidente Prudente.

SAIBA MAIS
De acordo com neuropsicopedagoga analista do comportamento do Ceic (Centro Especializado em Intervenção Comportamental), Adriana de Carvalho, o autismo é uma condição neurológica marcada por alterações no desenvolvimento da linguagem, da comunicação e de habilidades sociais. O TEA, conforme o manual DSM-5 (Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais), diz respeito aos distúrbios do desenvolvimento e seus sinais podem ser observados no início do desenvolvimento da criança.

“Há vários estudos que vêm comprovando que em casos de TEA alguns sinais podem ser observados precocemente, a partir dos 6 meses de idade, evidenciando-se entre os 12 e 24 meses”, explica.

A identificação do TEA é realizada com base em avaliação clínica, observando a criança, e analisando o seu histórico de desenvolvimento por meio de entrevistas com os pais e cuidadores. Considerando que as crianças começam a frequentar a escola mais cedo, a convivência entre elas também favorece a observação dos comportamentos que estejam fora do esperado para determinada faixa etária, ou seja, os professores são parceiros fundamentais dos pais na identificação precoce.

“O seu rastreamento pode ser realizado por meio de escalas diagnósticas que podem ser aplicadas por professores ou por outros profissionais, e, ao ver uma suspeita do diagnóstico, a pessoa é encaminhada para uma avaliação com um especialista”. 

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