Temperatura média de 2016 é superior à histórica, diz estudo

Levantamento feito pela Estação Meteorológica da FCT/Unesp compara situação climática de 1943 a 2014 com 2016, na região de Prudente; segundo Climatempo, 2017 será um ano mais fresco

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 15/01/2017
Horário 09:06
 

Embora com pouca variação, a temperatura média de 2016 na região de Presidente Prudente foi mais alta do que o valor histórico, o qual engloba o período de 1943 a 2014. Enquanto o ano passado registrou a temperatura média de 23,4º C, o valor histórico regional foi de 23,2º C. As informações foram levantadas pelo meteorologista José Tadeu Garcia Tommaselli, por meio da Estação Meteorológica da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) de Prudente. Segundo ele, o ano de 2016 foi mais quente, pois nove meses tiveram temperaturas médias acima do valor histórico.

Jornal O Imparcial Dias mais quentes foram influenciados pelo maior El Niño do século e o 2º maior da história

No entanto, a pesquisa demonstra que o que elevou a média do ano passado foram as temperaturas médias dos meses de fevereiro (de 25,4º C para 26,2º C), abril (de 23,4º C para 26,4º C) e novembro (de 24,7º C para 25,7º C), que apresentaram valores significativamente superiores aos históricos. Já os meses que registraram temperaturas médias inferiores foram maio (de 20,6º C para 19,7º C), junho (de 19,5º C para 18,0º C) e setembro (de 22,5º C para 21,6º C).

Em contrapartida, as temperaturas máximas absolutas de janeiro a dezembro de 2016 são menores do que as registradas no período de 1943 a 2014. A média do ano passado foi de 37,7º C, ao passo que o valor histórico foi de 39,9º C. Conforme José Tadeu, essa baixa deixou a sensação de um ano bem mais "fresco" do que os demais do período analisado.

Quanto aos índices de precipitação, o estudo denota que 2016 foi um ano normal quando comparado com a média anual histórica. Em valores, a precipitação média de 2016 foi de 1.321 milímetros, enquanto o valor histórico foi de 1.308 milímetros. Os meses que se destacam acima da média histórica são fevereiro (de 180 mm para 274 mm), maio (de 74 mm para 123 mm) e dezembro (de 172 mm para 205 mm).

A análise ainda mostra que umidade relativa também ficou dentro da normalidade, com alguns valores "ligeiramente abaixo da média histórica". Os meses que tiveram maior elevação foram fevereiro (de 72% para 76%), maio (de 68% para 75%) e junho (de 67% para 70%).

 

Devido ao El Niño


A reportagem entrou em contato com o Instituto Climatempo para repercutir as conclusões do estudo. Conforme o meteorologista Alexandre Nascimento, o ano de 2016 foi mais quente, pois começou sob o domínio do maior El Niño do século e o segundo maior da história. "Em anos assim, em geral, faz mais calor do que o normal e isso se soma a outros sinais, como o aquecimento global", esclarece.

Alexandre salienta que, provavelmente, as temperaturas máximas absolutas foram menores devido ao fato de que choveu bastante, o que também foi resultado do El Niño. "Na prática, isto é o que acontece: o dia todo fica quente, mas quando a temperatura atinge um determinado valor, chove, não permitindo ter dias com temperaturas muito elevadas como em anos anteriores", expõe.

Quanto ao prognóstico para 2017, o profissional enfatiza que o El Niño não existe mais, pelo contrário, ao longo da última primavera formou-se o evento contrário, a La Niña, que, segundo Alexandre, mesmo fraca, mudou o padrão. "Não teremos tanto calor quanto no ano passado. A chuva ficará menor também, mas há previsão de longos períodos secos", pontua.

 
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